Em oração pelos migrantes mortos no incêndio no México

E prosseguiu as reflexões sobre o zelo apostólico falando
da figura de São Paulo

São ainda os gritos dos familiares e daqueles que partilharam um destino de esperanças quebradas que ecoam pelas ruas de Ciudad Juárez, uma cidade no norte do México separada de El Paso, Texas, por um longo muro fronteiriço. É o desespero daqueles que viram o protesto de cerca de 70 migrantes da Guatemala, Honduras, El Salvador e Venezuela terminar em tragédia na segunda-feira à noite. Ficaram presos durante um incêndio num centro de recolha onde, segundo os sobreviventes, tinham sido levados pelas forças da ordem depois de terem sido detidos enquanto mendigavam ou lavavam os vidros dos carros nos semáforos. O balanço é de pelo menos 38 mortos e 28 feridos, a maioria dos quais queimados. O Papa Francisco, na saudações em espanhol no final da audiência geral de quarta-feira, 29 de março com os fiéis na praça de São Pedro, recordou as vítimas do trágico incêndio», rezando ao Senhor para que as «acolha no seu Reino e dê conforto aos seus familiares».

Precedentemente, prosseguindo as reflexões sobre o zelo apostólico do crente, o Bispo de Roma começou por aprofundar a primeira de «algumas figuras que, de diferentes formas e em diferentes momentos, deram um testemunho exemplar», nomeadamente a do Apóstolo dos Gentios, dado que a sua história «é emblemática». Para o Papa Francisco ser cristão significa «não uma maquilhagem que muda o teu rosto», mas uma transformação «do coração», porque «se és um cristão de aparência, isto não está bem»; é melhor que aconteça o que o que «se verificou com Paulo» de Tarso, «o qual, de perseguidor, se tornou um apóstolo de Cristo».

O De facto, explicou o Papa Bergoglio, «o que o mudou não foi uma simples ideia ou convicção», mas «o encontro com o Ressuscitado». No final de contas, esclareceu ele, atualizando a reflexão, «só Jesus salva, se o encontrardes e lhe abrirdes a porta do vosso coração para ele».

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