Jubileu de “Ajuda à Igreja que sofre”

O Papa “acompanhou-nos” na nossa peregrinação

 O Papa “acompanhou-nos”  na nossa peregrinação   POR-007
04 junho 2025

Mais de mil benfeitores e colaboradores de 23 países participaram na peregrinação jubilar, a Roma de 7 a 10 de maio, organizada pela fundação, a qual coincidiu com a eleição de Leão XIV. Marco Mencaglia, diretor de projetos da fundação, conta como se sentiram acompanhados e encorajados pelo novo Pontífice neste evento jubilar.

Isabella H. de Carvalho

Quando a fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) programou a peregrinação jubilar a Roma de 7 a 10 de maio, os organizadores não imaginavam que ela coincidiria com a eleição do novo Papa. Nas primeiras palavras de paz e esperança de Leão XIV, eles sentiram proximidade com a sua missão, que consiste em ajudar os cristãos perseguidos no mundo e lembrar os mártires. Nestes dias, os participantes da peregrinação tiveram a oportunidade de passar pela Porta Santa, ouvir testemunhos de pessoas que vivem em áreas atingidas pela perseguição religiosa e vivenciar momentos de oração e de recolhimento. Mais de 1.000 benfeitores e colaboradores de 23 países se juntaram. Falando à mídia vaticana, Marco Mencaglia, diretor de projetos da AIS Internacional, conta como as palavras de Leão XIV encorajaram os membros e benfeitores, acompanhando-os na peregrinação romana.

Como vivestes esses dias?

Foi uma peregrinação extraordinária no verdadeiro sentido da palavra. Tivemos a oportunidade, logo no final da primeira missa de abertura da peregrinação, na tarde de quinta-feira, de ouvir o anúncio do Habemus Papam. Foi um momento de graça, que todos nós lembraremos e guardaremos nos nossos corações sempre que virmos Leão XIV. Depois, na manhã seguinte, 9 de maio, passamos pela Porta Santa da Basílica Vaticana e para todos nós, peregrinos, foi um momento de grande emoção, à luz da alegria que havíamos vivido no dia anterior. Sentimos muito próximas da nossa missão as primeiras palavras que Leão XIV pronunciou na homilia de sexta-feira de manhã com os cardeais. A nossa peregrinação foi construída em volta da data prevista para o evento jubilar da Celebração dos novos Mártires Testemunhas da Fé, 9 de maio.

Este foi um tema abordado pelo novo Pontífice na sua primeira homilia durante a missa “Pro Ecclesia” celebrada na Capela Sistina...

Isso mesmo, quando ele falou em “desaparecer” para dar lugar à imagem de Cristo. Foi o que também percebemos ao ouvir os testemunhos sobre os mártires do século XXI. Também nos lembramos deles durante uma celebração na sexta-feira à tarde na basílica romana de Sant’Andrea della Valle. Percorremos esta Via-Sacra em particular, em memória dos novos mártires, que, no entanto, terminou com uma estação dedicada à ressurreição. Isso também nos remete para as primeiras palavras ditas por Leão XIV na Varanda central da Basílica de São Pedro: «A paz esteja com todos vós!». Elas ressoaram naquela última estação, porque na dor do martírio se abre a esperança da ressurreição. Ajuda à Igreja que Sofre é uma fundação dedicada à memória dos mártires e ao apoio à Igreja que Sofre em várias partes do mundo, mas sempre com uma visão de esperança. Com as suas palavras o Papa acompanhou-nos durante aqueles dois dias. O facto de ele ter rezado a Ave-Maria na primeira saudação ao povo, logo após a eleição, também nos impressionou muito e sentimo-nos muito próximos dele. Este sábado estivemos em Santa Maria Maior, onde participamos na missa em que renovamos a nossa consagração à Virgem Maria.

Como vos encoraja na vossa missão o tema deste Ano Santo, centrado na esperança?

A nossa peregrinação intitulou-se “Testemunhas de Esperança”, unindo o tema do Jubileu ao dos mártires. Com o nosso trabalho, percebemos que são justamente essas pessoas que sofrem, que estão na linha da frente em situações em que a Igreja é perseguida, que dão esperança a muitos benfeitores e a muitas pessoas que os apoiam na Europa e no mundo, numa rede de comunhão que vai em ambas as direções. Há uma comunhão da Igreja onde aqueles que dão, ao mesmo tempo recebem muito dessas testemunhas de esperança no mundo.