O caminho do Sínodo continua

Rumo à futura Assembleia eclesial

 Rumo à futura Assembleia eclesial   POR-004
08 abril 2025

Isabella Piro

Não se trata de um novo Sínodo, mas de uma Assembleia eclesial que será realizada no Vaticano em outubro de 2028, precedida por um caminho de acompanhamento. Foi o anúncio dado pelo cardeal Mario Grech, secretário-geral da Secretaria Geral do Sínodo, numa carta enviada a todos os bispos e eparcas, bem como a todos os patriarcas e arcebispos-mores das Igrejas católicas orientais.

Implementação do Documento final
do Sínodo de 2024

O acompanhamento mencionado foi aprovado pelo Papa no último dia 11 de março e refere-se à fase de implementação do Sínodo concluído em 2024, após um percurso de três anos, que se concentrou no tema “Por uma Igreja sinodal. Comunhão, participação, missão”. Como especificou o Pontífice logo em seguida, de facto, o Documento final da 16ª Assembleia Geral «faz parte do Magistério ordinário do Sucessor de Pedro» e, como tal, deve ser aceite. Isso implica, explicou o cardeal, para «as Igrejas locais e os grupos de Igrejas», o compromisso de «implementar» as indicações do próprio Documento, por meio de processos de «discernimento e decisão».

Realizar o intercâmbio entre as Igrejas
e na Igreja

A fase de implementação — especificou o cardeal Grech — não deve ser entendida como «uma simples aplicação de diretrizes vindas de cima», mas sim como «um processo de aceitação» do  Documento final de uma forma que seja «adaptado às culturas locais e às necessidades das comunidades», mantendo sempre o objetivo de «tornar concretos» o intercâmbio e o diálogo «entre as Igrejas e na Igreja como um todo».

Envolver sacerdotes, diáconos
consagrados e leigos

De «importância fundamental» para este processo de implementação — continuou — é o envolvimento renovado de todas as pessoas que deram a sua contribuição durante o Sínodo, para que a «escuta de todas as Igrejas» e o discernimento dos seus pastores possam dar frutos. Portanto, os instrumentos básicos serão os «grupos sinodais formados por presbíteros, diáconos, consagrados, consagradas, leigos e leigas, acompanhados pelo próprio bispo». Por conseguinte, estes grupos — recomendou o secretário-geral — devem ser «valorizados» e, se necessário, «renovados, reativados e adequadamente integrados».

Os Grupos de trabalho e a Comissão
de Direito canónico

Todo o processo — frisou o secretário-geral — constitui «o quadro» no qual se devem situar também «os resultados dos trabalhos dos Grupos de estudo e as contribuições da Comissão de Direito canónico». Deve-se lembrar que os dez Grupos de estudo foram instituídos pelo Papa Francisco em março de 2024, com a tarefa de examinar questões que surgiram durante a primeira sessão da 16ª Assembleia sinodal, realizada em 2023. A Comissão de Direito canónico, por outro lado — como indicado no  Instrumentum laboris  da segunda sessão da Assembleia, operativa desde 2023 — foi criada «de acordo com o Dicastério para os Textos legislativos, a serviço do Sínodo».

De 24 a 26 de outubro
o Jubileu dos grupos sinodais

Em seguida, o cardeal Grech indicou as etapas em que o caminho de acompanhamento da fase de implementação do Sínodo será dividido: para começar, o anúncio do caminho; depois, em maio, será realizada a publicação de um  Documento  que indicará detalhes da realização do mesmo. Enquanto os caminhos de implementação continuarem nas Igrejas locais e nos seus agrupamentos, de 24 a 26 do próximo mês de outubro será convocado o «Jubileu dos grupos sinodais e dos organismos de participação». Trata-se de «um encontro importante», explicou o secretário-geral, que inscreve «o compromisso com uma Igreja cada vez mais sinodal no horizonte da esperança que não engana», celebrado com o Ano Santo atualmente em curso.

Daqui a três anos uma Assembleia Eclesial

Posteriormente, entre o primeiro e o segundo semestre de 2027, serão realizadas Assembleias de avaliação nas dioceses, eparquias, Conferências episcopais nacionais e internacionais, Estruturas hierárquicas orientais e outros agrupamentos de Igrejas. O primeiro e o segundo semestre de 2028, por outro lado, serão designados para as Assembleias continentais de avaliação e para a publicação do  Instrumentum laboris  da Assembleia eclesial de outubro de 2028.