A tecnologia seja usada para unir não para dividir

 A tecnologia seja usada para unir não para dividir  POR-004
08 abril 2025

Olhar menos para os ecrãs e mais para os olhos uns dos outros, a fim de descobrir «o que realmente conta: somos irmãos, irmãs, filhos do mesmo Pai», sugere o Papa na mensagem vídeo com a intenção de oração para abril, sobre o uso das novas tecnologias. A mensagem foi gravada antes do seu internamento na Policlínica “Gemelli” e divulgada no dia 1.

«Se passamos mais tempo com o telemóvel do que com as pessoas, algo está errado», frisou dizendo que «o ecrã nos faz esquecer que por detrás há pessoas reais que respiram, riem e choram». Por isso, se «é verdade» que «a tecnologia é fruto da inteligência que Deus nos deu», «devemos usá-la bem; ela não pode beneficiar apenas alguns, enquanto outros são excluídos».

A tecnologia deve ser utilizada «para unir, não para dividir. Para ajudar os pobres, melhorar a vida dos doentes e das pessoas com deficiências, cuidar da nossa casa comum, para nos encontrarmos como irmãos». Por isso, Francisco pede que rezemos «para que o uso das novas tecnologias não substitua as relações humanas, respeite a dignidade das pessoas e ajude a enfrentar as crises do nosso tempo».

E a Rede mundial de oração do Papa — cuja missão é mobilizar os católicos através da oração e da ação diante dos desafios da humanidade — recorda que uma das condições necessárias para obter indulgências no Jubileu é rezar pelas intenções do Sumo Pontífice, apresentadas cada mês num vídeo difundido no site oficial “O vídeo do Papa”, nos relativos canais sociais, na conta x @Pontifex e na página Instagram @Franciscus.

A mensagem vídeo, traduzida em 23 línguas, foi produzida pela própria Rede, com a ajuda de “Coronation media” e do Dicastério para o serviço do desenvolvimento humano integral (Dsdhi). Convida a refletir sobre os riscos do uso excessivo dos instrumentos tecnológicos, que podem tirar tempo às relações interpessoais. Outro risco significativo é o cyberbullying, o ódio nas redes sociais.

Para evitar que as desigualdades financeiras, sociais, laborais e educativas aumentem, a tecnologia «não pode beneficiar apenas alguns» excluindo outros, mas deve ser posta ao serviço de todos, para ajudar os necessitados, melhorar a vida dos doentes e dos deficientes, promover a cultura do encontro e salvaguardar a Terra. Trata-se de garantir que as novas tecnologias não nos afastem dos outros e da realidade.

E o diretor internacional da Rede, o jesuíta Cristóbal Fones, realça: «O Papa quer recordar-nos que usar a tecnologia de modo responsável significa colocá-la ao serviço da pessoa humana e da criação, que assim usada» pode tornar-se também «um modo de dar glória a Deus, uma vez que as nossas capacidades e criatividade vêm d’Ele». Além disso, conclui o sacerdote, «o uso ético das novas tecnologias contribui para cuidar da criação, salvaguardar a dignidade do ser humano e melhorar a sua qualidade de vida».