
«Todos nós, cristãos, somos realmente responsáveis pela missão da Igreja», e por isso devemos percorrer juntos «o caminho da sinodalidade». Eis o convite que o Papa Francisco dirige na mensagem de vídeo com a intenção de oração para o mês de outubro difundida através da Rede mundial de oração do Papa — uma Obra pontifícia, cuja missão é mobilizar os católicos através da oração e da ação perante os desafios da humanidade e da missão da Igreja — que exorta: «Rezemos para que a Igreja continue a apoiar de todas as formas um estilo de vida sinodal, no sinal da corresponsabilidade, promovendo a participação, a comunhão e a missão partilhada entre sacerdotes, religiosos e leigos».
O Pontífice explicou que todos os cristãos — leigos, sacerdotes, religiosos — são «corresponsáveis na missão», porque «participam e vivem na comunhão da Igreja». Os presbíteros «não são os chefes dos leigos, mas os seus pastores», esclarece Francisco, acrescentando que «Jesus nos chamou uns aos outros», que «somos comunidade» e por isso nos completamos «uns aos outros». Não importa se se é «condutor de autocarro», «agricultor» ou «pescador», pois para todos a missão é a mesma: «dar testemunho com a nossa vida», «cada um contribuindo com o que sabe fazer melhor». «Os leigos, os batizados, estão em casa na Igreja e devem cuidar dela», realça o Papa. «O mesmo vale para nós, sacerdotes e consagrados».
As imagens que acompanham a mensagem de Francisco mostram a riqueza do povo de Deus: os vários ministérios dentro e fora das paróquias, os diferentes carismas, os momentos de vida em comum. A diocese de Brooklyn, que conta 200 igrejas onde as missas são celebradas em 26 línguas diferentes, devido à grande presença de imigrantes, é disto um exemplo. Envolvendo um grupo de leigos profissionais da comunicação religiosa, o da diocese americana é, de facto, um exemplo de missão partilhada. Com efeito, a produção do vídeo que acompanha as palavras do Papa ficou a cargo da DeSales Media, uma realidade ativa na comunicação e na mídia na Igreja de Brooklyn, com o apoio da Fundação Pro Rede mundial de oração do Papa e a colaboração da Secretaria geral do Sínodo dos bispos. «Através da nossa parceria com a DeSales Media, temos vindo a destacar os contributos dos leigos na nossa diocese e a desafiar os fiéis a criar uma comunidade de fé e de serviço corajosa, alegre e acolhedora», disse D. Robert J. Brennan, bispo de Brooklyn, acrescentando que a equipa «está comprometida diariamente a fazer a sua parte na partilha da missão. Como profissionais da comunicação, fomos chamados a pôr os nossos talentos e experiência ao serviço da Igreja», disse Dominic Ambrosio, diretor dos programas e da produção da DeSales Media, esperando que este trabalho inspire «outros a partilhar ainda mais os seus talentos e a sua fé».
Este mês de outubro, em que se celebra a assembleia sinodal em Roma, «o culminar de um caminho iniciado há três anos e cheio de expectativas, desejos e esperanças», é um «momento crucial», reflete o padre Frédéric Fornos, diretor internacional da Rede mundial de oração do Papa, «um tempo para escutar, no meio da luta espiritual que inevitavelmente estará presente, o que o Espírito do Senhor está a dizer à Igreja». O sacerdote jesuíta salienta que, no vídeo, «o Papa Francisco insiste naquilo que é essencial: “Somos corresponsáveis na missão”». Uma abordagem que, como refere o Papa, «deveria ser natural, uma vez que todos somos batizados em Cristo. No entanto, o facto de serem necessários três anos para tomar consciência da sua necessidade confirma a magnitude do desafio que a Igreja enfrenta no seu caminho para uma verdadeira sinodalidade», diz o padre Fornos, que recorda as palavras repetidas muitas vezes por Francisco: «Sem oração não haverá Sínodo. Só a oração pode transformar os corações apegados às tradições humanas e aos interesses pessoais e tornar a Igreja mais fiel ao Evangelho», conclui o diretor internacional da Rede mundial de oração do Papa, que vê nas intenções do Pontífice para o mês de outubro um incentivo «a unir-se em oração pelo Sínodo, para que seja um verdadeiro momento de encontro, de escuta recíproca e de discernimento comunitário, guiado pelo Espírito Santo».
Tiziana Campisi