Testemunhos dos cinco continentes

 Testemunhos dos cinco continentes  POR-022
29 maio 2024

Publicamos o texto dos testemunhos oferecidos por cinco crianças, em representação dos respetivos continentes de origem.

Europa — Eugenia, Ucrânia

O meu nome é Eugénia e venho da Ucrânia. A primeira coisa que gostaria de dizer é que desejo a paz. Não quero uma guerra entre a Ucrânia e a Rússia, que são dois países muito importantes para mim. Para mim, a guerra começou na noite em que ouvi uma bomba cair: desde aquele dia tenho medo da guerra. Não quero que as crianças ouçam as bombas cair e vejam a morte dos seus amigos e familiares. Por causa da guerra, deixei a Ucrânia e vim para a Itália. Agradeço à Itália que me recebeu e digo “chega de guerra”, peço a paz.

Médio Oriente — Victor, Palestina

Chamo-me Victor, sou católico, nasci e fui batizado em Belém, na mesma cidade do Menino Jesus. A minha cidade está cercada por um muro, um longo muro que parece uma serpente que se enrola à nossa volta, às vezes sentimo-nos sufocar, sobretudo quando fecham as portas de saída, a que chamam check-points.

Papa Francisco, tu não podes imaginar como ficaremos felizes quando pudermos finalmente sair. Ouvi dizer que há tantas guerras no mundo como na minha terra, mas quero fazer-te uma pergunta.

Que culpa temos nós, crianças, de ter nascido em Belém, Jerusalém ou Gaza? Nós só queremos brincar, estudar, viver em liberdade como tantas outras crianças do mundo! Reza por nós, ensina-nos uma oração especial para que possamos levar a paz ao coração de todos.

Oceânia — Mila, Nova Zelândia

O meu nome é Mila e venho da Nova Zelândia. O meu país é maravilhoso: temos parques nacionais deveras lindos, veem-se baleias, há montanhas muito altas e, no entanto, nos últimos anos há cada vez mais inundações e cheias. Sou pequenina, mas penso que todos temos o dever de trabalhar para acabar com a poluição. Devemos proteger o nosso planeta e os nossos países, que são todos muito bonitos. Voltemos a fazer que com que o planeta seja habitável, plantemos árvores, não consumamos demasiado, usemos os transportes públicos. Hoje quero dizer a todos: acabemos com a poluição, protejamos a natureza, salvaguardemos a terra e todos nós poderemos viver melhor e as nossas crianças poderão ter um futuro.

América Latina — Mateo, Argentina

Chamo-me Mateo e sou de Buenos Aires, Argentina. Neste dia, quero partilhar as minhas alegrias com todos vós: uma família que me acompanha, me ama e me abraça, os amigos da escola, os companheiros de futebol, o grupo de crianças da paróquia. Às vezes falo com o meu pai e a minha mãe sobre o que me angustia e entristece: as crianças que não têm comida, as crianças doentes, as crianças envolvidas na guerra, as crianças que vivem na rua. Como fazemos todos os dias na escola, gostaria que continuássemos a pedir para ser mais parecidos com Jesus e para ter o seu coração. Obrigado, Papa Francisco, por este primeiro Dia mundial da criança, gostamos muito de ti e rezamos por ti.

Ásia — Rahel, Afeganistão

Sou Rahel Saya, estudante refugiada afegã, aspirante jornalista, ativista pelos direitos das mulheres e das crianças e, acima de tudo, mulher proveniente de um país chamado Afeganistão. O meu é o único país do mundo onde as mulheres desta terra são privadas dos seus direitos mais básicos e não lhes é permitido fazer nada. Não podem estudar, não podem trabalhar e nem sequer podem livremente sair de casa. Demos voz à atual situação das mulheres e crianças afegãs, não as deixemos sozinhas. Se as mulheres e as crianças de um país forem boas, se uma geração, uma sociedade e um país forem bons, o mundo será bom.