Como uma grande família
ao serviço do Papa
e da Santa Sé

«Uma grande família» onde crescer e formar-se humana e cristãmente, assim o Papa definiu a Guarda suíça pontifícia durante a audiência que teve lugar na manhã de 6 de maio, na Sala Clementina, por ocasião da cerimónia de juramento dos novos recrutas que se realizou à tarde.

Estimados oficiais
e membros da Guarda Suíça
Prezados irmãos e irmãs!

Saúdo-vos com alegria e dou as boas-vindas a cada um de vós ao Palácio Apostólico, que conheceis bem porque realizais aqui o vosso precioso trabalho. Saúdo e agradeço ao Coronel Christoph Graf, ao Capelão Padre Kolumban Reichlin, aos Oficiais, aos Suboficiais e a todos os componentes do Corpo e às famílias. Dirijo um pensamento especial aos novos Guardas, bem como aos seus pais, familiares e amigos, que vieram aqui para participar na festa do Juramento. Esta circunstância, mais uma vez, representa uma agradável ocasião para vos manifestar o meu apreço pela disponibilidade e pelo empenho com que, através da vossa atividade, testemunhais fidelidade ao Sucessor de Pedro.

A Guarda Suíça Pontifícia é uma grande família, uma comunidade vivaz e fraterna, quer nos momentos de serviço, quer nos momentos livres das obrigações laborais. E assim como a família é um lugar de crescimento, onde se aprendem muitas coisas úteis para a vida, assim é na Guarda: é um ambiente de formação humana e cristã para todos. Os jovens enriquecem-se com a experiência dos mais velhos que, por sua vez, podem ser edificados e aprender com a abertura dos jovens, com o seu entusiasmo que os leva a explorar constantemente, movidos por uma curiosidade positiva. A vós, recrutas em particular, digo: não percais a coragem e a paixão de descobrir coisas novas!

Gosto de pensar que a decisão de pôr alguns anos da vossa vida à disposição do Papa e da Santa Sé não é alheia ao percurso pessoal de fé. A vossa missão aqui no Vaticano é uma via que o Senhor vos abriu para viver o vosso Batismo e dar jubiloso testemunho da fé em Cristo. Uma fé que aprendestes em família, que cultivastes na paróquia e que manifesta a intensidade da ligação dos católicos suíços com a Igreja de Roma. Sois chamados também a dar testemunho desta fé nos vossos diferentes lugares de serviço. Nos rostos daqueles que encontrais todos os dias, sejam eles membros da Cúria romana ou peregrinos e turistas, vedes tantos convites a reconhecer e a partilhar o amor de Deus por cada um. Que cada situação, cada encontro seja uma ocasião para pôr em prática o Evangelho de Cristo, para aprender do Senhor e para viver o amor fraterno em seu nome e com o seu Espírito.

Encorajo-vos a aproveitar bem o tempo que tendes à vossa disposição para aprender a reconhecer a presença inspiradora e jubilosa do Senhor ressuscitado na vossa existência, através da leitura da Sagrada Escritura, da meditação de textos espirituais — inclusive durante um turno de guarda mais tranquilo — da celebração da Eucaristia dominical e da aproximação aos Sacramentos. Que a beleza e a história dos vários edifícios e obras de arte deste lugar especial vos ajudem a renovar sempre a admiração pela beleza de Deus e do seu mistério.

Queridos guardas suíços, não esqueçais que o Senhor caminha convosco, está sempre ao vosso lado nos momentos serenos e nos difíceis. Desejo que sintais a consolação da sua proximidade, proximidade luminosa, proximidade misericordiosa. Renovo ao Corpo inteiro a minha gratidão pela colaboração diligente e generosa, que testemunho todos os dias. Confio todos vós aqui presentes e os vossos compatriotas à proteção materna da Virgem Maria e do Santo Padroeiro Nicolau de Flüe. De coração vos abençoo e peço-vos por favor que rezeis por mim. Obrigado!