Os bispos do Brasil reunidos em assembleia geral

Discernir o caminho da Igreja

 Discernir o caminho da Igreja  POR-017
27 abril 2023

Seus representantes insistem em que a Igreja do Brasil já vive essa sinodalidade, mas também reconhecem que o desafio é “fazer uma caminhada em conjunto, em sinodalidade”, dado que “não existe Igreja sem comunhão, sem sinodalidade”, segundo Moema Rodrigues Muricy, presidenta da Conferência Nacional dos Institutos Seculares do Brasil ( cnisb ). Trata-se de “fortalecer essa experiência”, insiste o padre André Luiz do Vale, presidente da Comissão Nacional dos Presbíteros ( cnp ), seguindo o pedido do Papa Francisco, de tornar uma realidade “esse processo de escuta, de fala, de união, especialmente criar essa comunhão entre todos”, destaca o diácono José Oliveira Cavalcante, presidente da Comissão Nacional dos Diáconos ( cnd ).

Uma sinodalidade que “é um desafio, mas é um belo projeto do Evangelho”, segundo a irmã Elaine Cordeiro de Souza, presidenta da Conferência dos Religiosos do Brasil ( crb ). Uma necessidade de avançar que também destaca Sônia Gomes de Oliveira, presidenta do Conselho Nacional do Laicato do Brasil, insistindo em que “essa sinodalidade já está acontecendo, já podemos participar nessa assembleia, temos direito à voz, mas ainda é um passo longo que a gente precisa dar”, pois segundo ela “não dá para caminhar juntos com algumas restrições”.

Os Institutos seculares do Brasil mostram sua adesão, comunhão, participação e agradecimento à Presidência da cnbb , pedindo “a continuidade desse caminho em favor de uma sociedade mais justa, mais fraterna nessa caminhada comum”. Um sentir presente entre os diáconos, que dizem ter “a obrigação de estar sintonizados com tudo aquilo que acontece na própria Conferência Nacional dos Bispos”. Isso porque a sinodalidade “é algo necessário para que as coisas da Igreja, ou de modo geral do mundo, consigam chegar a um ponto que seja bom para todos, fortaleça a nossa Igreja e nos conduza ao Reino de Deus”, enfatiza o presidente da cnd .

Falar de sinodalidade é falar de comunhão, de participação, afirma a irmã Elaine. A religiosa insiste em que “todos os organismos queremos ser o sinal visível do rosto da Igreja que Jesus quer”. Para isso se faz necessária “uma abertura maior”, pede Sônia Gomes de Oliveira, que ressalta que “o laicato está na base, ele consegue trabalhar e desempenhar fazer um papel organizativo nas paróquias, nas dioceses, mas quando chega ao grande espaço de decisão, nós ainda não temos esse poder de decisão”.

Os presbíteros do Brasil, na voz de seu presidente, dizem que vão “fortalecer ainda mais essa realidade, ou seja, caminhar com o povo de Deus, com os nossos bispos”. Mas pedem também para ser escutados, “tanto pelos bispos como pelo povo de Deus”. Uma sinodalidade a ser construída numa Igreja “que tem muitas tendências”, segundo a presidenta da crb , que insiste em que “isso é muito bom, porque é a eclesialidade, é a universalidade da Igreja”. Uma sinodalidade que “vivemos com muita aproximação, tentativa de comunhão, abertura e acreditando que o Espírito, a Divina ruah, vai fazer a obra boa dela para o bem dos pobres, para o bem da Igreja”, ressalta a religiosa.

Pedindo para que sejam rompidas algumas barreiras e vencido o clericalismo, Sônia Gomes de Oliveira espera da Igreja, “enquanto instituição, enquanto cnbb , que acredite mais no protagonismo do leigo, nesse ser sujeito eclesial, nesse sujeito maduro que está aí e tem conseguido fazer coisas bonitas na Igreja e principalmente no testemunho efetivo de Jesus Cristo e na evangelização da nossa Igreja”.

Padre Modino — Aparecida