João Braz de Aviz

 João Braz de Aviz  POR-011
16 março 2023

São dez anos de amizade, mas — sobretudo — de estima recíproca. O purpurado brasileiro é o segundo chefe de Dicastério mais antigo deste pontificado. Com o cardeal suíço Kurt Koch, à frente do Dicastério para a promoção da unidade dos cristãos, foi nomeado ainda durante o pontificado de Bento xvi , mas Francisco decidiu mantê-los na Cúria romana.

Dez anos de pontificado e de colaboração ininterrupta: com efeito, João Braz de Aviz não celebra somente 10 anos desde a eleição de Francisco — na qual inclusive participou — mas também uma parceria que faz do cardeal brasileiro o segundo chefe de Dicastério mais antigo deste pontificado.

Assim como Dom João, o cardeal suíço Kurt Koch, à frente do Dicastério para a promoção da unidade dos cristãos, foi nomeado ainda no pontificado de Bento xvi . E foram estas duas “heranças” que Francisco manteve na Cúria romana.

Numa longa entrevista a Vatican News, Dom João recordou o dia da eleição, os momentos vividos juntos em Aparecida, quando ainda eram arcebispos e guiavam Brasília e Buenos Aires.

Aliás, foi durante a v Conferência do Episcopado latino-americano e do Caribe que Bergoglio notou Braz de Aviz e que depois o indicou para o cargo que ocupa ainda hoje no Vaticano, isto é, prefeito do Dicastério para os institutos de vida consagrada e as sociedades de vida apostólica.

Na entrevista, Dom João falou sobre o novo ímpeto que o Papa deu à vida consagrada, promovendo uma profunda reflexão sobre a vida em comunidade, sobretudo no que diz respeito à obediência e ao uso dos bens.

São dez anos de amizade, mas — sobretudo — de estima recíproca. No retiro quaresmal deste ano, a pedido de Francisco, cada cardeal escolheu um lugar onde meditar. Dom João foi a Santa Marinella, pequena cidade no litoral romano, e levou consigo três livros: a Bíblia, os documentos do Concílio Vaticano ii e a encíclica Fratelli tutti.

«Foram anos de um caminho muito intenso de proximidade. Uma das caraterísticas do Papa Francisco é estar perto da gente. Não pesa o fato de que ele é Pedro para nós, de que ele é o Papa para nós. A gente nota nele um amigo, uma pessoa muito sincera, uma pessoa muito presente e muito capaz de acompanhar de modo profundo aquilo que a gente sente. Eu, nesses dez anos, tive muita alegria de um relacionamento muito próximo e de muita confiança e sem evitar as dificuldades, os momentos difíceis, os problemas reais. Tratamos tudo sempre com muita abertura e sempre foi possível ver nele uma solução ou a espera de uma solução com confiança. Nesses dez anos, não há um momento em que eu possa dizer “houve uma rutura, uma dificuldade”, porque vejo um homem que nos orientou e nos orienta para uma força da Igreja neste momento, que é a força do Evangelho».

Bianca Fraccalvieri