Apresentado o programa da viagem do Pontífice à República Democrática do Congo e ao Sudão do Sul

Sob o signo da paz

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26 janeiro 2023

Terá «no centro o tema da paz» a viagem apostólica que o Papa Francisco realizará ao continente africano, na República Democrática do Congo e no Sudão do Sul, de 31 de janeiro a 5 de fevereiro, frisou o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni, durante o briefing de apresentação realizado na manhã de 24 de janeiro. Trata-se, recordou, da 40ª peregrinação internacional desde o início do pontificado; e com estas duas últimas nações que o Pontífice visitará, aumentará para 60 o número de países que receberam Bergoglio nestes dez anos.

«Será a terceira vez que um Papa visita a República Democrática do Congo», disse Matteo Bruni, recordando que a visita se realiza 37 anos após a segunda viagem de João Paulo ii ao país africano. «O Papa Francisco mostrou particular atenção à situação em ambos os países», prosseguiu, relativamente ao constante empenho do Pontífice: «Lembro-me, em particular, a vigília de oração pela paz no Sudão do Sul e na República Democrática do Congo em 2017».

«Paz, diálogo, reconciliação», são as palavras-chave da viagem de Francisco: no fundo, «a guerra e o papel dos cristãos face à guerra, pois a paz está no coração das religiões», como disse o Papa durante o encontro online com os jovens africanos em novembro passado. Dez discursos, duas homilias, um Angelus e uma agenda cheia de encontros em ambas as nações. A primeira etapa será Kinshasa, capital da República Democrática do Congo, onde Francisco se encontrará com as instituições e as realidades católicas, bem como com as vítimas no leste do país. Isto terá lugar no contexto dos múltiplos e complexos conflitos e dificuldades que continuam a afligir a região. Neste contexto, a mensagem do Papa mais aguardada é a da reconciliação. A República Democrática do Congo é um território enorme e muito rico, mas com um sofrimento generalizado na sociedade, que se prolonga há pelo menos 25 anos com o agravamento da guerra. A 31 de janeiro, na capital, o Pontífice encontrar-se-á com o Presidente da República, Félix Tshisekedi, e depois com as autoridades, a sociedade civil e o corpo diplomático.

No dia seguinte, pela manhã, Francisco celebrará a missa no aeroporto. A propósito das medidas de segurança postas em prática pelo governo, Matteo Bruni salientou o grande esforço feito pelas autoridades locais, mas assegurou que atualmente não existem ameaças específicas. Também no dia 1 de fevereiro, à tarde, serão realizados dois encontros na nunciatura: com as vítimas da guerrilha que decorre no leste do país e depois com representantes de seis realidades caritativas que operam no território. Na quinta-feira 2, o Papa terá três encontros, dois públicos — um com os jovens e catequistas e depois o encontro de oração com sacerdotes, diáconos, consagrados, consagradas e seminaristas — e um particular, com os membros da Companhia de Jesus.

Antes de deixar a República Democrática do Congo, com a cerimónia de despedida no aeroporto de Kinshasa, o Pontífice terá um encontro com os bispos na sede da Cenco, a Conferência Episcopal do país.

Na sexta-feira 3 Francisco trasferir-se-á para a capital do Sudão do Sul, Juba, e com ele estarão o arcebispo de Canterbury Justin Welby e o moderador da assembleia geral da Igreja da Escócia, Jim Wallace. Uma presença que testemunha a forte perspetiva ecuménica da viagem, partilhada com as Igrejas anglicana e presbiteriana. Também no Sudão do Sul — o mais jovem Estado do mundo, com os seus onze anos desde a constituição — todos os encontros terão lugar na capital.

Em Juba, após a cerimónia de boas-vindas, haverá a visita de cortesia ao Presidente da República Salva Kiir Mayardit no palácio presidencial, à qual se seguirá o encontro com os vice-presidentes da República e com as autoridades, a sociedade civil e o corpo diplomático. No dia seguinte, o Papa reunir-se-á com os bispos, sacerdotes, diáconos, consagrados, consagradas e seminaristas; seguir-se-ão um encontro privado com os membros da Companhia de Jesus, um encontro público com pessoas deslocadas internamente e uma oração ecuménica no mausoléu “John Garang”.

No dia 5 de fevereiro, dia da partida, antes da cerimónia de despedida e do regresso ao Vaticano, Francisco celebrará uma missa, também no mausoléu “John Garang”.

Significativos os lemas e os logótipos das duas visitas: «Todos reconciliados em Jesus Cristo» é o lema da viagem à República Democrática do Congo, cujo logótipo vê o Papa no centro de um mapa do país no qual estão reproduzidas as cores da bandeira. Dentro dele, alguns elementos da extraordinária biodiversidade da terra congolesa. O mapa, explica Matteo Bruni, está aberto ao Ocidente para mostrar o acolhimento reservado a este grande evento e os frutos que irá dar; além disso, as cores da bandeira, habilmente distribuídas, são muito expressivas. A cor azul, na parte superior, destina-se a expressar o desejo mais profundo do povo congolês: a paz. A cor amarela, em todos os seus aspetos, simboliza a enorme riqueza do país: fauna e flora, terrestre e subterrânea. A cor vermelha destina-se a representar o sangue derramado pelos mártires, como ainda hoje acontece na parte oriental do país.

A frase escolhida como lema para a viagem ao Sudão do Sul foi tirada do Evangelho de João: «Rezo para que todos sejam um».