Fraternalmente em volta
das duas mesas

 Fraternalmente em volta das duas mesas  POR-046
17 novembro 2022

Segundo uma antiga tradição, nalgumas pequenas cidades da Itália, para a ceia de Natal, deixava-se um lugar vazio para o Senhor que podia bater à porta na pessoa de um pobre. Este costume, recordado pelo Papa durante a missa na basílica de São Pedro, exprime bem o significado do vi Dia mundial dos pobres. Também no Vaticano, ao lado das centenas de indigentes e de voluntários que os assistem, deixou-se o lugar para os mais necessitados que inesperadamente batem à porta no último momento. Reunir-se à volta da mesa eucarística neste Dia — estabelecido em 2016 na conclusão do Jubileu da misericórdia — e depois sentar-se com o Papa na longa mesa para almoçar na Sala Paulo vi foi um sinal da comunhão fraterna que abate distâncias e obstáculos.

Este ano eram cerca de 1.300 os convidados do Pontífice, que, segundo a tradição, oferece um almoço por ocasião deste encontro anual. Muitos deles participaram na missa na basílica de São Pedro, lotada de fiéis. Entre eles estavam vários desabrigados, indigentes e necessitados assistidos pela Cáritas de Roma, Comunidade de Santo Egídio, Acli, grupos vicentinos e outras associações.

A celebração foi promovida pelo Dicastério para a Evangelização, secção para as questões fundamentais da evangelização no mundo. Entre as iniciativas organizadas por ocasião deste Dia mundial, o centro de saúde montado na praça de São Pedro para assegurar consultas e medicamentos a faixas desfavorecidos da população. Com efeito, de 7 a 13 de novembro, clínicas móveis ofereceram serviços gratuitos de medicina geral, eletrocardiogramas, análises de sangue, vacinas contra a gripe e testes Covid. Uma autocaravana também esteve presente para realizar testes de vírus como a hepatite c , o vih e a tuberculose. O centro de saúde ficou aberto diariamente graças à ajuda de médicos do Cuamm e da fundação Policlínica Tor Vergata (Ptv), do corpo de enfermeiros voluntários da Cruz Vermelha, do grupo Bios, da Misericórdia, da Sociedade Italiana de Doenças Infecciosas e Tropicais (Simit) e da Sociedade italiana de medicina geral e cuidados primários (Simg).

Como sinal tangível de caridade, o Papa Francisco também ofereceu pacotes de alimentos a serem distribuídos nas paróquias de Roma. De facto, aos párocos que as solicitaram, foram doadas 5.000 caixas de alimentos num total de 10 toneladas de massa, 5 toneladas de arroz, farinha, açúcar, sal e café, e 5.000 litros de óleo e leite. Além disso, para fazer face ao atual momento de crise e dificuldades económicas devido ao aumento das matérias-primas, as contas de gás e de eletricidade serão pagas aos necessitados que se dirigirem aos centros caritativos.

Por ocasião do Dia mundial, as iniciativas de sensibilização organizadas pela Cáritas tiveram lugar também em cerca de oitenta dioceses italianas, que a nível nacional criaram uma mini-campanha com o slogan: «Na relação, a liberdade».