Intenção de oração do Papa para o mês de novembro

Pelas crianças que sofrem

 Pelas crianças que sofrem  POR-045
10 novembro 2022

Com um apelo urgente, Francisco pede a todos que intervenham a favor das «crianças que sofrem»: esta é a intenção de oração para novembro, contida no vídeo mensal divulgado a 31 de outubro pela Rede mundial de oração do Papa.

«Há ainda — é o grito de alarme do Pontífice — milhões de crianças que sofrem e vivem em condições muito semelhantes à escravidão; não são números: são seres humanos com um nome, com um rosto próprio, com uma identidade que Deus lhes deu».

Imagens dramáticas fluem através do vídeo: meninos e meninas que vivem nas ruas, carregando sacos, ou fardos pesadas, forçados a trabalhar em lixeiras, à procura de restos no lixo, em condições no limite da sobrevivência.

Os rostos dos pequeninos, que são enquadrados em grandes planos, revelam as feridas do sistema em que são forçados a viver, com sorrisos subjugados, faces molhadas de lágrimas e sujas, marcadas por privações e intimidações. O Papa sublinha que «demasiadas vezes esquecemos a nossa responsabilidade e fechamos os olhos à exploração destas crianças, que não têm o direito de brincar, de estudar, de sonhar». Com efeito, acrescenta, «eles nem sequer têm o calor de uma família».

Eis uma clara atribuição de responsabilidade àqueles que permitem e favorecem a exploração e a escravidão da infância: «Cada criança marginalizada, abandonada pela sua família, sem educação, sem assistência médica, é um grito! Um grito que se eleva até Deus e denuncia o sistema que nós, adultos, construímos». Não há dúvida de que a responsabilidade por cada pequenino que sofre, embora em medidas diferentes, é coletiva: «Uma criança abandonada é culpa nossa».

O Papa lança então um urgente convite a trabalhar para mudar estas situações: «Já não podemos permitir que se sintam sozinhos e abandonados: devem receber uma educação e sentir o amor de uma família, para saberem que Deus não os esquece».

No final, o vídeo oferece um motivo de esperança, quando — enquanto Francisco pede orações pelas «crianças que sofrem, as que vivem nas ruas, as vítimas de guerras, os órfãos, possam ter acesso à educação e possam redescobrir o afeto de uma família» — veem—se dois pais a abraçar uma criancinha em cujo rosto transparece a alegria.

Alguns dados mundiais fornecidos pela Unicef sobre o fenómeno da exploração infantil delineiam um quadro dramático: um bilião de crianças em todo o mundo vive numa pobreza multidimensional. Isto significa que não têm acesso à educação, a cuidados de saúde, habitação, alimentação nem água. Calcula—se que 153 milhões de crianças são órfãs. A este respeito, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos salientou numa carta recente que «no final do ano passado, mais de 450 milhões de crianças — uma em cada seis — viviam numa zona de conflito, o número mais elevado em 20 anos. Outro número recorde — 36,5 milhões de crianças — inclui os deslocados dos seus lares em consequência de conflitos, violência e outras crises».

Difundido através do site www.thepopevideo.org, o filme traduzido em 23 línguas foi criado e produzido pela Rede mundial de oração em colaboração com a agência La Machi e o Dicastério para a comunicação.