Na saudação dirigida ao Papa Francisco durante o encontro com as autoridades do país, o rei do Bahrein, Hamad bin Isa Al Khalifa, lançou um apelo a pôr fim à guerra russo-ucraniana e iniciar negociações sérias entre as partes. O reino, garantiu o soberano, «está pronto a desempenhar qualquer papel neste âmbito».
Os parceiros internacionais, acrescentou, «darão sem dúvida a sua contribuição para levar as superpotências a rever e renovar os seus compromissos para salvaguardar a segurança e a paz mundial». Isto para evitar «a escalada e o confronto e para reorientar os esforços internacionais», contrastando «ideologias extremistas e trabalhando juntos na resolução de quaisquer questões políticas, económicas e sociais de um ponto de vista humano e inclusivo, que tem em consideração a salvaguarda dos interesses mundiais, o bem do homem e a estabilidade da humanidade». Tudo isto requer «que se renove e melhore a ordem mundial para que se torne mais justa, mais equitativa, mais equilibrada para com todas as nações e todos os povos».
O Bahrein, disse o soberano, é «uma terra de convivência entre os seguidores de diferentes religiões», onde as pessoas gozam «da liberdade de praticar as suas crenças e de construir lugares de culto, numa atmosfera de amizade, harmonia e reconhecimento recíproco». Uma realidade, acrescentou, que o reino «sempre protegeu a fim de garantir a estabilidade social e a civilização humana».
A este propósito, o rei recordou uma das iniciativas lançadas pelo país há alguns anos para apoiar os esforços de paz no mundo: a Declaração do reino do Bahrein. É um documento que apela «à diversidade, rejeita a discriminação religiosa e condena a violência e o incitamento». Este texto visa «consolidar as nossas posições comuns a favor de um mundo governado pela tolerância, onde lutamos pela paz». Um mundo que rejeita «tudo o que ameace a sua unidade e o progresso da civilização, que deve permanecer o lema mais importante e a maior prova da nossa unidade humana».
O reino do Bahrein, explicou o soberano, procura «dar uma contribuição eficaz para alcançar estes nobres objetivos em prol da humanidade e da fraternidade humana». Além disso, reitera sempre «a importância de uma parceria mundial baseada no diálogo diplomático e em meios pacíficos capazes de pôr fim a guerras e conflitos».
De facto, o reino empreendeu «o caminho da fraternidade, a compreensão, o respeito pela soberania dos Estados e a boa vizinhança e a não ingerência nos assuntos internos». Por conseguinte, o rei pediu «às grandes nações que trabalhem a fim de proteger a segurança e a paz internacionais».
O Bahrein, salientou, «goza de uma experiência antiga, e estamos orgulhosos do seu capital humano e cultural». As raízes da «civilização remontam a mais de cinco mil anos»: nessa época foi «um ponto de encontro para muitas civilizações mundiais, quando ligou o Oriente com o Ocidente», onde «o comércio e muitos outros ofícios se desenvolveram, onde o clima aberto e tolerante abraçou diferentes culturas e religiões, com grande amor e acolhimento».
O soberano deu as boas-vindas ao Pontífice em nome de toda a população do Bahrein como convidado de honra. Expressou também apreciação por esta visita histórica «na terra das antigas civilizações milenárias, no país da tolerância, da convivência e da paz».