Entusiasmo e fadiga,
o desafio para a Igreja e para o mundo, ontem e hoje

Oolhar do cardeal Paul Poupard, 92 anos, ilumina-se assim que pronuncio aquela data: «11 de outubro de 1962», e os seus olhos azuis fitam-me, soltando alegria, um entusiasmo juvenil, que depois foi o tema da nossa conversa. «Lembro-me daquele dia como se fosse ontem, houve uma tempestade e depois o céu ficou azul e branco. Há três anos que estava a trabalhar na Secretaria de Estado no terceiro andar e lembro-me de ter ido até ao portão de bronze e ter visto este desfile de bispos, um rasto todo branco: foi como uma visão, algo incrível. Como ver a Igreja e vê-la realmente como ela era. Como disse o cardeal Newman quando jovem, há uma diferença entre a Igreja pensada e a vivida». «Depois revejo-me na basílica de São Pedro, na ...