Depois de seis meses de combates o Papa voltou a denunciar o horror do conflito na Ucrânia

Os inocentes pagam pela loucura da guerra

 Os inocentes  pagam pela loucura da guerra  POR-035
30 agosto 2022

Um novo e veemente apelo a pôr fim ao «horror da guerra» foi lançado pelo Pontífice no final da audiência geral. Francisco voltou a pedir iniciativas concretas de paz entre a Ucrânia e a Rússia, recordando a consagração das duas nações ao Imaculado Coração de Maria: «Que Ela, como Mãe — eis a sua prece — dirija o seu olhar para estes dois amados países e nos conceda a paz». A seguir, as palavras do Papa e, entre outras, a saudação aos fiéis de expressão lusitana.

Renovo o convite a implorar do Senhor a paz para o amado povo ucraniano que há seis meses — hoje — padece o horror da guerra. Desejo que se deem passos concretos para pôr fim à guerra e evitar o risco de um desastre nuclear em Zaporizhzhia. Trago no coração os prisioneiros, sobretudo quantos estão em condições frágeis, e peço às autoridades responsáveis que se esforcem pela sua libertação. Penso nas crianças, tantos mortos e tantos refugiados — aqui na Itália há muitos — tantos feridos, tantas crianças ucranianas e russas que se tornaram órfãs e a orfandade não tem nacionalidade, perderam o pai ou a mãe, tanto russos como ucranianos. Penso em tanta crueldade, em tantos inocentes que pagam pela loucura, a loucura de todas as partes, pois a guerra é loucura e ninguém em guerra pode dizer: “Não, eu não sou louco!”. A loucura da guerra! Penso naquela pobre jovem, em Moscovo, que foi para o ar por causa de uma bomba que estava debaixo do assento do carro. Os inocentes pagam pela guerra, os inocentes! Pensemos nesta realidade e digamos uns aos outros: a guerra é uma loucura! E quantos lucram com a guerra e com o comércio de armas são criminosos que matam a humanidade. E pensemos noutros países que estão em guerra desde há muito tempo: na Síria, há mais de dez anos, pensemos na guerra no Iémen, onde muitas crianças sofrem de fome, pensemos nos Rohingyas que vagueiam pelo mundo por causa da injustiça de ter sido expulsos da sua terra. Mas hoje, de modo especial, seis meses depois do início da guerra, pensemos na Ucrânia e na Rússia, ambos os países que consagrei ao Imaculado Coração de Maria; que Ela, como Mãe, dirija o seu olhar para estes dois amados países: que veja a Ucrânia, veja a Rússia e nos traga a paz! Precisamos de paz!

Saúdo cordialmente os fiéis de língua portuguesa, em particular os peregrinos da Diocese do Porto e os membros da Comunidade Amigos de Jesus, de Ipatinga. Irmãos e irmãs, o exemplo de São Bartolomeu Apóstolo, que hoje celebramos, reforce em vós o compromisso de levar o Evangelho a todos. Que Deus vos abençoe!