A 29 de junho, solenidade dos Santos Pedro e Paulo, após a recitação do Angelus com o Santo Padre, um novo jornal mensal de «L’Osservatore Romano» foi distribuído entre os fiéis na praça de São Pedro: «L’Osservatore di strada» concebido e realizado pela comunidade de trabalho do Dicastério para a comunicação que com este projeto pretende dar voz àqueles que normalmente não são ouvidos, os pobres, as pessoas feridas pela vida, os descartados e excluídos. Um jornal — que o diretor Andrea Monda apresentou ao Papa Francisco durante a audiência de 24 de junho — através do qual reconhecer e restituir o direito de falar àqueles que a sociedade contemporânea trata como “descartados”, evidenciando o património de experiências, conhecimentos e valores dos quais são os guardiões.
«L’Osservatore di strada» será publicado no primeiro domingo de cada mês, tanto em versão impressa como online (https://www.osservatoreromano.va/it/osservatore-di-strada.html). A distribuição de exemplares impressos do mensário terá lugar todos os domingos perto da praça de São Pedro, por ocasião do Angelus do Papa. Ocupar-se-ão dela alguns hóspedes do Palazzo Migliori, a estrutura confiada pelo Dicastério para a caridade à Comunidade de Santo Egídio para dar um teto a quem não o tem, com a ajuda de voluntários.
Embora os pobres possam guardar para si as ofertas que receberem do trabalho de distribuição (o jornal será de facto distribuído com ofertas livres), «L’Osservatore di strada» não será apenas um jornal dos pobres e para os pobres. É e quer ser sobretudo um jornal com os pobres, um jornal feito em conjunto com eles, dando modo de se exprimir a quem tem um talento para escrever ou desenhar, ou simplesmente uma história para contar ou uma opinião para expressar. E se a alguém faltar os “instrumentos”, será o jornal a fornecê-los, envolvendo intelectuais e personalidades do mundo da cultura (escritores, poetas, jornalistas, fotógrafos, cartoonistas, cineastas, atores, músicos...) que porão à disposição deles a sua arte para realizar juntos uma contribuição que seja fruto, não de uma mediação fria, mas de uma relação direta, face a face. Todos no mesmo nível. A todos a mesma dignidade. Por todos o mesmo respeito.
O jornal é composto de doze páginas. Na capa, um “editorial de rua” introduz o tema do mês, que depois é desenvolvido no artigo “a quatro mãos e dois corações” que ocupa as páginas 2 e 3. Para o primeiro número, dedicado ao tema “a rua”, o artigo traz as assinaturas de Mimmo, um desabrigado do centro histórico de Roma, e do escritor Daniele Mencarelli.
Um espaço especial (página 4) será dedicado cada mês à voz dos migrantes, que poderão contar a sua história e as suas esperanças.
Também «L’Osservatore di strada» deseja participar na missão das outras edições do jornal do Vaticano e dos outros órgãos de informação que dependem do Dicastério para a comunicação. Por este motivo, nas páginas centrais, a reflexão sobre o tema da questão será guiada pelo Papa Francisco, através de uma ampla antologia das suas palavras e gestos. Segue uma página dedicada ao trabalho voluntário, com histórias que relatam a relação entre o bom samaritano e o moribundo no caminho para Jericó.
Duas páginas inteiras são dedicadas aos “cantos das periferias”, uma coleção de histórias, reflexões, poemas, desenhos feitos por pessoas assistidas por associações e grupos eclesiásticos ou simplesmente encontradas pelas ruas. Para fechar estas páginas, um artigo apresenta a experiência de outros jornais de rua publicados na Itália e no mundo.
Por fim, “a outra capa”, com duas leituras, uma numa chave espiritual e a outra humorística, do tema da edição. Para o primeiro número, os autores são o cardeal Enrico Feroci e o street artist romano Maupal (Mauro Pallotta).
«Jornal da amizade social e da fraternidade» — como se lê no cabeçalho — «L’Osservatore di strada» quer ser também um instrumento ao serviço da comunhão e da colaboração entre aqueles que se põem ao serviço da caridade. Neste compromisso, o jornal reuniu o apoio de várias realidades que trabalham no mundo da caridade — como Cáritas, São Vicente, Comunidade de Santo Egídio, Centro Astalli, Círculo de São Pedro, Associação dos Santos Pedro e Paulo — e de várias pessoas incluindo o cardeal Konrad Krajewski, o cardeal Enrico Feroci e o bispo auxiliar de Roma para a caridade, D. Benoni Ambarus.
Para continuar a sua aventura, «L’Osservatore di strada» conta totalmente com a generosidade dos benfeitores, cujas doações lhe permitirão cobrir os custos de impressão, e de amigos e profissionais que disponibilizarão gratuitamente o seu tempo e talentos para o cuidado editorial do jornal.