Aqueles sacerdotes que vieram de propósito da Ucrânia

 Aqueles sacerdotes que vieram de propósito da Ucrânia  POR-017
26 abril 2022

Concelebraram alguns sacerdotes que chegaram propositadamente da Ucrânia, com um visto especial para deixar o país por poucos dias. Estes sacerdotes provêm das regiões da Ucrânia ocidental: em particular das áreas de Chmel’nyc’kyj, de Chernivci, de Ternopil e de Hnizdychiv, na região de Lviv.

E, em língua polaca, na oração universal rezaram para que a misericórdia do Senhor «alcance os povos da terra dilacerada pela guerra, a fim de que o dom da paz, que brota do Crucificado Ressuscitado, possa chegar ao coração de cada homem e se restabeleçam a concórdia e a justiça entre as nações».

Também graças aos sacerdotes ucranianos, presentes com o seu povo no teatro da guerra, o número de missionários da misericórdia no mundo — desde que foram instituídos pelo Papa em 2016 — está em aumento constante: hoje são 1.040.

A concelebração eucarística para o domingo da Divina Misericórdia, na manhã de 24 de abril na basílica de São Pedro, e depois a audiência com Francisco ao meio-dia de 25 de abril, foram os eventos culminantes do terceiro Encontro mundial dos missionários da Misericórdia, realizado em Roma a partir do dia 23. A iniciativa foi gerida pelo Pontifício Conselho para a promoção da nova evangelização, o Dicastério responsável pela animação das atividades dos missionários da misericórdia.

A missa dominical, em São Pedro, foi presidida por D. Rino Fisichella, presidente do Pontifício Conselho.

O Papa Francisco participou na celebração, que contou com a presença de cerca de 400 missionários da misericórdia, juntamente com nove cardeais e onze arcebispos e bispos. Aproximaram-se do altar para a oração eucarística o cardeal Giovanni Battista Re, decano do Colégio cardinalício, e D. Franz-Peter Tebartz-Van Elst, delegado do mesmo Pontifício Conselho.

«Neste domingo que conclui a Oitava de Páscoa — foram as palavras que introduziram o ato penitencial — o Senhor ensina-nos a tornar-nos verdadeiros apóstolos da sua misericórdia tocando as suas feridas, sinal permanente do amor de Deus por nós; feridas que hoje são visíveis no corpo e na alma de tantos dos nossos irmãos e irmãs que sofrem e pedem para serem curados. Com confiança na misericórdia de Deus, reconheçamos os nossos pecados».

A primeira leitura em inglês, o salmo em italiano e a segunda leitura em espanhol foram seguidas pela sequência em latim (Victimæ paschali laudes). E a proclamação em italiano do Evangelho de João (20, 19-31). Francisco pronunciou a homilia diante do altar da confissão.

A oração universal foi recitada, em francês, para que «a misericórdia do Senhor torne tangível a maternidade da Igreja, para que as feridas de cada homem e mulher possam receber alívio e cura». Em chinês, a fim de que a misericórdia do Senhor possa «dar aos ministros da reconciliação a graça de serem homens contemplativos das feridas de Cristo, para que sejam testemunhas jubilosas da graça». Em português, a fim de que a misericórdia do Senhor «oriente os pensamentos e as escolhas dos políticos, para que promovam a dignidade humana através da partilha dos bens e do cuidado pela criação». E em alemão – após a súplica pela paz em polaco – rezaram pela misericórdia do Senhor para que alcance quantos «vivem em necessidade». Após a bênção foi cantada a antífona mariana do Regina Caeli. Antes de deixar a basílica, o Papa saudou muitos dos presentes.

O serviço dos ministrantes foi prestado pelos teatinos e os cânticos, entoados pelo coro da Capela Sistina.

E na segunda-feira de manhã mais de mil pessoas reviveram a celebração, participando na audiência com o Papa na Sala Paulo vi . Um momento de grande significado que concluiu o Encontro mundial, relançando o papel dos missionários da misericórdia ao serviço da Igreja, especialmente como ministros da Reconciliação: também em lugares onde a presença dos católicos é mais limitada, eles percorrem muitos kms para chegar às várias comunidades.

Em Roma, os missionários da misericórdia chegaram da Argentina, Brasil, Colômbia, Costa Rica, Venezuela, Líbano, Filipinas, Índia e Vietname. Houve uma grande presença de África: Nigéria, Mali, Malawi, Quénia, Costa do Marfim, Gana, Guiné e Camarões. Estavam presentes também muitos participantes dos eua e da Europa.

Durante o encontro, que começou no sábado 23 na Sala do Sínodo, através de laboratórios, os missionários partilharam as suas experiências e práticas pastorais desenvolvidas durante a pandemia. Depois, o arcebispo Fisichella traçou o perfil do missionário da misericórdia como «homem do acolhimento». Relevou-se que o ano de 2022 assistirá ao 20º aniversário da solene entrega do mundo à Divina Misericórdia por São João Paulo ii , que teve lugar no sábado 17 de agosto de 2002, durante a sua visita pastoral ao Santuário da Divina Misericórdia em Cracóvia, Polónia.

No sábado à noite, na igreja de Santa Maria em Vallicella, realizou-se a liturgia penitencial com a adoração eucarística e os missionários da misericórdia puderam confessar-se com outros missionários da misericórdia.

No domingo, que se centrou na celebração da Eucaristia e na oração do Regina Caeli com o Papa, os trabalhos foram retomados na manhã de 25 de abril, e culminaram com uma audiência com o Pontífice na Sala Paulo vi .

Os relatores na sessão da manhã foram o cardeal Raniero Cantalamessa, pregador da Casa Pontifícia e o pe. Damián Guillermo Astigueta, professor na Faculdade de Direito canónico da Pontifícia Universidade Gregoriana.