Um bom serviço de saúde é uma prioridade

É com o reconhecimento do incansável e delicado trabalho de tantos médicos, enfermeiros, sacerdotes, consagrados e voluntários comprometidos nos hospitais que Francisco nos convida a rezar «pelos funcionários da saúde». Esta é a intenção para o mês de abril, contida no vídeo difundido a 5 de abril pela Rede mundial de oração do Papa.

A pandemia de Covid-19 atravessa todas as cenas do vídeo, sublinhando a dedicação absoluta dos agentes sanitários ao longo dos últimos dois anos. No entanto, isto por si só não é suficiente para garantir uma assistência adequada a todos, como pede o Pontífice, lançando um apelo para que «o empenho do pessoal da saúde na assistência aos doentes e idosos, especialmente nos países mais pobres, seja apoiado pelos governos e comunidades locais».

São mostradas imagens do trabalho comum e extraordinário de médicos, enfermeiros, auxiliares e voluntários que assistem os sofredores. Sem esquecer os sacerdotes e religiosos que todos os dias arriscam a sua vida para assegurar uma presença caritativa e fraterna nas enfermarias dos hospitais. O Papa reconhece esta doação diária: «A pandemia mostrou-nos a dedicação e generosidade do pessoal da saúde: voluntários, profissionais sanitários, sacerdotes, religiosos e religiosas». No entanto, acrescenta, «esta pandemia também realçou o facto de nem todos terem acesso a um bom sistema de saúde pública». Eis então o apelo à responsabilidade, especialmente por parte daqueles que detêm as rédeas do poder, dado que — denuncia Francisco — «os países mais pobres, os países mais vulneráveis, não têm acesso ao tratamento necessário para enfrentar as muitas doenças que continuam a afligi-los».

O Papa identifica também as causas de tais desigualdades: «Muitas vezes – explica – isto deve-se a uma má administração dos recursos e a uma falta de compromisso político sério». Assim, pede aos governos de todas as nações do mundo «que não esqueçam que um bom serviço de saúde, acessível a todos, é uma prioridade».

O vídeo mostra enfermeiros e médicos usando máscaras de proteção ao visitarem pessoas pobres e marginalizadas nas suas casas, vivendo com as suas doenças em solidão. Os fotogramas mostram o empenho dos profissionais da saúde nos vários projetos em todo o mundo. Em particular, retratam alguns momentos da campanha «Primeiro as mães e as crianças», realizada por Médicos com a África-Cuamm, e o projeto da Avsi no Uganda, para levar mulheres grávidas ao hospital de mototáxi. Mas também as atividades nos vários países da ordem hospitalar de São João de Deus, dos camilianos e os voluntários da Comunidade missionária de Villaregia. O vídeo mostra também a falta de estruturas sanitárias adequadas para lidar não só com emergências, mas inclusive com a procura normal de cuidados e assistência. Este é o fosso entre as necessidades da população e as deficiências estruturais do serviço de saúde, especialmente em países da África, América do Sul e Ásia. «Também quero lembrar — acrescenta o Papa — que o serviço de saúde não é apenas uma organização, mas inclui homens e mulheres que dedicam a sua vida a cuidar da saúde dos outros, e que durante esta pandemia deram a própria vida para ajudar tantas pessoas doentes a sarar».

Disponível no site www.thepopevideo.org, o filme, traduzido em 23 línguas, foi criado e produzido pela Rede mundial de oração, em colaboração com a agência La Machi e o Dicastério para a comunicação.