Carta por ocasião do 150º aniversário de fundação da Congregação de São José

Sentir as exigências dos tempos para responder com a criatividade do Espírito

 Sentir as exigências dos tempos  para responder com a criatividade do Espírito   POR-013
29 março 2022

Com «a arte de sentir as exigências dos tempos e de lhes responder com a criatividade do Espírito Santo», a Congregação de São José pode relançar o seu carisma: eis o encorajamento do Papa Francisco, expresso numa Carta divulgada a 19 de março, solenidade do Santo Padroeiro da Igreja universal, enviada ao padre-geral do Instituto religioso para a abertura do ano jubilar, por ocasião do 150º aniversário de fundação, que teve lugar em Turim por iniciativa de São Leonardo Murialdo.

Ao Rev.do Padre

T ullio L ocatelli

Padre-Geral da Congregação

de São José

Por ocasião do 150º aniversário de fundação do vosso Instituto, desejo transmitir as minhas afetuosas saudações ao Rev.do Padre e aos seus Irmãos de hábito. Regozijo-me convosco por esta meta significativa, que marca o início de um Ano jubilar, na memória do caminho percorrido pela vossa Família religiosa, fundada em Turim por São Leonardo Murialdo a 19 de março de 1873. É como voltar à nascente, de onde haurir novas energias para o futuro; mas é também a ocasião para dar graças ao Senhor e para lhe pedir com confiança que continue a abençoar a Congregação, fomentando o seu carisma, visando a educação da juventude e conformando-o ao presente de acordo com a vontade do Espírito.

«Novos tempos precisam de novas obras», dizia São Leonardo Murialdo. Ele soube ler a época em que viveu, compreender os problemas presentes em Turim na segunda metade do século xix , oferecer remédios eficazes, em sintonia com os tempos. Preocupava-se com os jovens pobres e abandonados, ajudando muitos deles não só a lidar com as necessidades imediatas, mas também a preparar um futuro digno para si próprios através da educação e da aprendizagem de uma profissão. A clarividência também caracterizou o seu compromisso noutra emergência social, ligada ao mundo operário. A sua atividade foi intensa também nesta área, mas manteve-se sempre simples e confiante, amparado pela força suave do amor de Deus: «Estamos nas mãos de Deus», dizia, «e estamos em boas mãos».

Abriram-se cenários inesperados, aos quais foi capaz de responder com ímpeto e ação renovada. Fê-lo deixando-se guiar por uma sabedoria antiga e sempre atual, a de São José. Inspirado pelo santo, trabalhou com humildade e caridade, exortando cada membro da Congregação a ser amigo, irmão e pai dos jovens necessitados, haurindo força da convicção de que Deus ama cada um com predileção terna, providente e misericordiosa.

Nestes cento e cinquenta anos de vida, a vossa Congregação foi generosa na missão. Atualmente está presente na Europa, América, Ásia e África, e trabalha em vários campos, nos cuidados paroquiais, no acolhimento de crianças, na gestão de casas de acolhimento e nos oratórios. Um campo de trabalho vasto e exigente, em que muitos novos desafios se acrescentaram aos antigos.

Neste Ano jubilar, espero que aprofundeis, na escola do Fundador, a arte de sentir as exigências dos tempos e de lhes responder com a criatividade do Espírito Santo. Recomendo-vos em particular os mais jovens que hoje, como nunca, precisam de testemunhas credíveis. No vosso ministério, deixai-vos guiar pelo exemplo gentil e concreto de São José; como ele, nunca deixeis de sonhar com as surpreendentes maravilhas de Deus; como ele que, trabalhando para Jesus e Maria, fez da própria vida o “sinal” de uma paternidade superior, a do Pai celestial (cf. Carta Apostólica Patris corde, 7), escutai o grande apelo a ser pais dedicados à juventude de hoje.

Com estes sentimentos, concedo a todos vós a minha Bênção, pedindo-vos que rezeis por mim.

Francisco