A 25 de março, solenidade da Anunciação

O Papa consagrará a Rússia e a Ucrânia ao Coração Imaculado de Maria

 O Papa consagrará a Rússia  e a Ucrânia ao Coração Imaculado  de Maria  POR-012
22 março 2022

«A 25 de março, durante a celebração da Penitência que presidirá às 17 horas na Basílica de São Pedro, o Papa Francisco consagrará a Rússia e a Ucrânia ao Coração Imaculado de Maria. O mesmo ato, no mesmo dia, será realizado em Fátima pelo cardeal Konrad Krajewski, esmoler pontifício, como enviado do Santo Padre», anunciou numa declaração na tarde de 16 de março o diretor da Sala de imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni. Para a consagração foi escolhido o dia da solenidade da Anunciação do Senhor. A notícia foi relançada também pelo Papa com um tweet na conta @Pontifex, convidando a rezar pela paz.

Nossa Senhora, na aparição de 13 de julho de 1917 em Fátima, pediu a consagração da Rússia ao Seu Coração Imaculado, afirmando que se este pedido não fosse atendido, a Rússia espalharia «os seus erros pelo mundo, promovendo guerras e perseguições à Igreja. Os bons – tinha acrescentado – serão martirizados, o Santo Padre terá muito a sofrer, várias nações serão destruídas». Depois das aparições de Fátima houve vários atos de consagração ao Coração Imaculado de Maria: Pio xii, a 31 de outubro de 1942, consagrou o mundo inteiro e a 7 de julho de 1952 consagrou os povos da Rússia ao Coração Imaculado de Maria na sua Carta apostólica Sacro vergente anno: «Assim como há alguns anos consagrámos o mundo inteiro ao Coração Imaculado da Virgem Mãe de Deus, agora, de modo especialíssimo, consagramos todos os povos da Rússia ao mesmo Coração Imaculado».

Em 21 de novembro de 1964, Paulo vi renovou a consagração da Rússia ao Coração Imaculado na presença dos Padres do Concílio Vaticano ii . O Papa João Paulo ii compôs uma oração para aquele que definiu «Ato de entrega confiante», celebrado na basílica de Santa Maria Maior a 7 de junho de 1981, solenidade de Pentecostes. Eis o texto: «Ó Mãe dos homens e dos povos, Vós conheceis todos os seus sofrimentos e as suas esperanças, Vós sentis maternalmente todas as lutas entre o bem e o mal, entre a luz e as trevas, que abalam o mundo — acolhei o nosso brado, dirigido no Espírito Santo diretamente ao vosso coração, e abraçai com o amor de Mãe e de Serva do Senhor aqueles que mais esperam por este abraço e, com eles, cuja entrega confiante Vós também esperais de maneira particular. Tomai sob a vossa proteção materna a inteira família humana que, com enlevo afetuoso, nós vos confiamos, ó Mãe. Que se aproxime para todos o tempo da paz e da liberdade, o tempo da verdade, da justiça e da esperança».

Depois, para responder mais plenamente aos pedidos de Nossa Senhora, quis tornar explícito durante o Ano Santo da Redenção o ato de entrega de 7 de junho de 1981, repetido em Fátima a 13 de maio de 1982. Em memória do “Fiat” pronunciado por Maria no momento da Anunciação, a 25 de março de 1984 na praça de São Pedro, em união espiritual com todos os bispos do mundo, anteriormente “convocados”, João Paulo ii confiou todos os povos ao Coração Imaculado de Maria: «Por isso, ó Mãe dos homens e dos povos, Vós que conheceis todos os seus sofrimentos e as suas esperanças, Vós que sentis maternalmente todas as lutas entre o bem e o mal, entre a luz e as trevas, que abalam o mundo contemporâneo, acolhei o nosso clamor que, movidos pelo Espírito Santo, elevamos diretamente ao vosso Coração, e abraçai, com o amor da Mãe e da Serva do Senhor, este nosso mundo humano, que vos confiamos e consagramos, cheios de inquietude pela sorte terrena e eterna dos homens e dos povos. De modo especial vos entregamos e consagramos aqueles homens e aquelas nações, que desta entrega e desta consagração têm particularmente necessidade».

Em junho de 2000, a Santa Sé revelou a terceira parte do segredo de Fátima e o então secretário da Congregação para a Doutrina da Fé, arcebispo Tarcisio Bertone, salientou que a irmã Lúcia, numa carta de 1989, tinha pessoalmente confirmado que este ato solene e universal de consagração correspondia ao que Nossa Senhora queria: «Sim, foi feito a 25 de março de 1984 — escreveu a vidente — como Nossa Senhora tinha pedido».