Em ligação vídeo o Papa e o patriarca de Moscovo falam do conflito na Ucrânia

As guerras são sempre injustas

 As guerras são sempre injustas  POR-012
22 março 2022

O Papa Francisco e o patriarca de Moscovo e de toda a Rússia, Kirill — através de uma chamada de vídeo, na tarde de 16 de março — falaram sobre a guerra na Ucrânia e acerca do papel dos cristãos e dos seus pastores em fazer todo o possível para garantir que a paz prevaleça.

Também participaram na reunião o cardeal Kurt Koch, presidente do pontifício Conselho para a promoção da unidade dos cristãos, e Hilarion Alfeyev, metropolita de Volokolamsk, presidente do Departamento das relações externas do Patriarcado de Moscovo.

O Papa Francisco agradeceu ao patriarca Kirill o encontro — informou o diretor da Sala de imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni, motivado pelo desejo de indicar, como pastores do seu povo, um caminho para a paz, de rezar pelo dom da paz, para que o fogo cesse. «A Igreja — concordou o Papa com o patriarca – não deve usar a linguagem da política, mas a linguagem de Jesus». E ainda: «Somos pastores do mesmo Povo santo que acredita em Deus, na Santíssima Trindade, na Santa Mãe de Deus: para isso devemos unir-nos no esforço de ajudar a paz, de ajudar quantos sofrem, de procurar caminhos de paz, de cessar o fogo».

O Papa e o patriarca realçaram a importância excecional do processo de negociação em curso porque, disse Francisco, «quem paga a conta da guerra é o povo, são os soldados russos e as pessoas que são bombardeadas e morrem».

«Como pastores — prosseguiu o Papa — temos o dever de estar próximo e ajudar todas as pessoas que sofrem com a guerra. Há tempos, também nas nossas Igrejas, fala-se de guerra santa ou de guerra justa. Hoje não podemos falar assim. Desenvolveu-se uma consciência cristã da importância da paz». E, convindo com o patriarca que «as Igrejas são chamadas a contribuir para o reforço da paz e da justiça», o Pontífice concluiu: «As guerras são sempre injustas. Porque é o povo de Deus que paga. Os nossos corações não podem deixar de chorar perante as crianças, as mulheres mortas, todas as vítimas da guerra. A guerra nunca é o caminho. O Espírito que nos une pede-nos como pastores para ajudar os povos que sofrem com a guerra».