O Pontífice ao congresso sobre as doutoras da Igreja e padroeiras da Europa

A santidade feminina fecunda o mundo inteiro

 A santidade feminina  fecunda o mundo inteiro  POR-011
15 março 2022

Um «estímulo para promover aquela “santidade feminina” que torna fecundos a Igreja e o mundo», desejou o Papa como resultado do congresso internacional interuniversitário sobre «Doutoras da Igreja e padroeiras da Europa — em diálogo com o mundo atual», realizado nos dias 7 e 8 de março na Pontifícia Universidade Urbaniana. Numa mensagem em espanhol — datada de 1 de março e tornada pública no Dia internacional da mulher — o bispo de Roma recordou «a capacidade de concretude» de Teresa de Jesus, Catarina de Sena, Teresa de Lisieux, Hildegarda de Bingen, Brígida da Suécia, e Teresa Benedita da Cruz (Edith Stein).

Saudando os promotores e participantes do evento académico organizado para celebrar os aniversários da declaração das quatro primeiras como Doutoras da Igreja — figuras às quais foram unidas as outras duas santas europeias que, juntamente com a italiana, foram nomeadas copadroeiras da Europa por João Paulo ii (cf. Spes aedificandi, n. 3) — o Papa Francisco elogiou «a eminente doutrina destas santas». Graças a esta doutrina, de facto, elas, enquanto mulheres, assumem um novo protagonismo também «nestes tempos, devido à permanência» e à «profundidade» do seu pensamento que, «nas atuais circunstâncias, oferece luz e esperança ao nosso mundo fragmentado e desarmonizado».

Além disso, observou, «mesmo que pertençam a tempos e lugares diferentes e tenham realizado missões diversas, todas têm em comum o testemunho de uma vida santa. Dóceis ao Espírito, através da graça do Batismo, seguiram o próprio caminho de fé, movidas não por ideologias volúveis, mas por uma adesão inabalável à “humanidade de Cristo” que permeava as suas ações». E embora também elas «se sentissem por vezes incapazes e limitadas face a um empreendimento que as superava», podiam obter força «do amor de Deus que enchia o seu coração», salientou Francisco. De facto, «elas foram capazes de realizar plenamente a própria vocação, o seu projeto de vida. Um caminho acessível a todos, o da santidade comum».

E dado que, continuou o bispo de Roma, a sensibilidade atual do mundo exige que às mulheres sejam restituídos a dignidade e o valor com que foram dotadas pelo Criador, o exemplo de vida destas santas pode servir para realçar alguns elementos que esboçam como a feminilidade é necessária na Igreja e no mundo: em particular a sua força «para enfrentar as dificuldades, a sua disposição natural para serem proativas para o que é mais bonito e humano, e uma visão clarividente do mundo e da história — profética — que as tornou semeadoras de esperança e construtoras do futuro».

Por fim, recordando a sua «dedicação ao serviço da humanidade», «acompanhadas de um grande amor pela Igreja» e pelos Pontífices, concluiu o Papa Bergoglio, elas sentiam-se «corresponsáveis pela reparação dos pecados e misérias do seu tempo», contribuindo «para a missão de evangelização em plena harmonia e comunhão eclesial».