Mensagem vídeo do Pontífice por ocasião do prémio Zayed de 2022

Pela fraternidade de toda a família humana

08 março 2022

O “Prémio Zayed para a Fraternidade Humana de 2022” seja para os vencedores «um estímulo a continuar no compromisso em prol da unidade e da paz mundial». Foram os votos do Papa Francisco na mensagem de vídeo difundida a 28 de fevereiro, para a cerimónia — realizada no dia 26 — de atribuição do reconhecimento, conferido por igual mérito aos soberanos da Jordânia — o rei Abdullah ii Ibn Al Hussein e a rainha Rania Al Abdullah — e à Foundation for knowledge and liberty (Fokal) do Haiti. A iniciativa, promovida pelo Alto Comité para a Fraternidade Humana (Hchf), visa «reconhecer a contribuição e o compromisso de indivíduos ou instituições no progresso humano e na edificação da convivência pacífica». Dirigindo-se aos vencedores, ao júri e ao grão-imã de Al-Azhar, signatário juntamente com ele a 4 de fevereiro de 2019 do Documento sobre a fraternidade humana em prol da paz mundial e da convivência comum, o Pontífice recordou a recente celebração do Dia internacional dedicado a este tema, definindo-o «outro passo em frente no nosso caminho comum de fraternidade!».

Expressando gratidão ao xeque Mohamed bin Zayed Al Nahyan «pelo apoio ao Hchf, que procura difundir os valores e princípios do Documento em todo o mundo e alcançar os seus objetivos», o bispo de Roma frisou que o Prémio «em memória do xeque Zayed bin Sultan al Nahyan, fundador dos Emirados Árabes Unidos em 1971, representa um modo para apoiar e agradecer a quantos trabalham pela justiça, solidariedade e fraternidade».

A este propósito, o Papa Francisco exortou «aqueles que foram premiados» a continuar a sua obra ao serviço da «unidade de toda a família humana e da paz», levando por diante «os valores do amor, da tolerância e da fraternidade», convicto «também de que o seu exemplo possa encorajar outros a empreender iniciativas que promovam a coexistência pacífica e sejam um sinal de fecunda colaboração entre homens de diferentes religiões, ao serviço de toda a humanidade».

Ao frisar «o empenho das suas altezas reais em acolher um grande número de refugiados, em promover os valores da convivência, do diálogo entre diferentes tradições religiosas, na luta contra a discriminação e pela emancipação dos jovens e das mulheres», o Papa agradeceu ao rei Abdullah ii e à rainha Rania por ter «contribuído para fazer do Reino da Jordânia um modelo de tolerância e de convivência». Além disso, acrescentou, «o Prémio que hoje lhes foi atribuído é um reconhecimento também a todo o povo jordano, que com determinação e coragem, apesar das muitas dificuldades, prossegue o caminho da paz, da moderação e da rejeição da violência».

Congratulando-se ainda com a Fokal — que desde 1995, graças aos esforços da sua fundadora e presidente Michèle Pierre-Louis, se compromete no serviço do bem comum, defendendo os direitos humanos, especialmente o direito à educação — o Pontífice evidenciou «quão presente» está no seu coração e nas suas orações «o povo do Haiti». Por conseguinte, agradeceu a dedicação da Fundação «à promoção de uma sociedade mais humana, baseada no valor da fraternidade» e «a atenção às novas gerações e à sua formação, pois através delas pode ter lugar uma verdadeira mudança na sociedade».

«Há necessidade de paixão e criatividade para restituir ao Haiti — afirmou Francisco — a perspetiva concreta de um futuro melhor. O povo haitiano tem sofrido demasiado devido a catástrofes naturais — tantas! — aos problemas sociais e às emergências humanitárias, muitas». Por isso, convidou a rezar «pelo Haiti: são pessoas boas, povo bom e religioso, mas estão a sofrer muito», concluiu o Pontífice.