Intenção de oração no vídeo do Papa para o mês de janeiro

Não à discriminação nem à perseguição religiosa

 Não à discriminação nem à perseguição religiosa  POR-002
11 janeiro 2022

«Rezemos para que todas as pessoas que sofrem discriminação e perseguição religiosa possam encontrar nas sociedades em que vivem o reconhecimento e a dignidade que advém do facto de sermos irmãos e irmãs». É a intenção proposta pelo Papa Francisco para o mês de janeiro, divulgada através do vídeo da Rede mundial de oração do Papa publicado em www.thepopevideo.org.

O vídeo começa com a imagem de uma cruz de madeira pendurada numa parede que é violentamente arrancada por uma mão anónima. É o sinal de todas as perseguições sofridas pelos cristãos em várias partes do mundo. Mas muitos crentes de outras religiões também se encontram nesta situação, de tal modo que há uma necessidade urgente de dedicar a intenção de oração deste mês precisamente à «discriminação e perseguição religiosa». O Papa indica a fraternidade como o caminho a seguir, convidando as pessoas a valorizar as diferenças e a reconhecer sobretudo a dignidade de cada um como ser humano.

«Como pode acontecer que atualmente muitas minorias religiosas sofram discriminação ou perseguição?» pergunta o Pontífice. «Como podemos permitir, nesta sociedade altamente civilizada, que haja pessoas que são perseguidas simplesmente porque professam publicamente a sua fé? Não só é inaceitável: é desumano, é uma loucura».

O vídeo continua a mostrar imagens de igrejas devastadas, demolidas por bombas ou mãos humanas. Com bancos empilhados e estátuas decapitadas, símbolos de ódio contra a fé. Um destino que os cristãos partilham com outros crentes, presentes no vídeo com alguns símbolos das grandes religiões monoteístas. Também eles são forçados a fugir e a viver a própria fé na clandestinidade.

«A liberdade religiosa — acrescenta o Papa — não se limita à liberdade de culto, ou seja, ao facto de se poder adorar no dia prescrito pelos próprios livros sagrados, mas faz-nos valorizar o outro na sua diferença e reconhecê-lo como um verdadeiro irmão». Seguem-se cenas da viagem apostólica do Pontífice ao Iraque de 5 a 8 de março de 2021, onde, no meio dos escombros e dos sinais de destruição como pano de fundo, são lançadas sementes de esperança e reconciliação. Depois há a imagem do Papa em diálogo com representantes de outras religiões, que introduz as suas palavras: «Como seres humanos, temos tantas coisas em comum que podemos conviver, aceitando as diferenças com a alegria de sermos irmãos. E uma pequena diferença, ou uma diferença substancial, como a religiosa, não obscurece a grande unidade do ser irmãos».

Eis o convite para escolher «o caminho da fraternidade. Porque ou somos irmãos ou todos perdemos».

O vídeo do Papa, que este mês recebe o apoio da Ajuda à Igreja que Sofre, fundação pontifícia cuja missão é ajudar os fiéis onde são perseguidos, oprimidos ou necessitados através da informação, oração e ação, apoia o princípio de que os direitos e a dignidade pessoal devem ser reconhecidos nas sociedades.

A este propósito, num comunicado a fundação Ajuda à Igreja que Sofre afirmou que apoiou o vídeo do Papa pois é necessário «dar a máxima ressonância a estas palavras de Francisco». O seu é um aviso a todos os governos do mundo, perseguidores, complacentes ou indiferentes». Considerando que o dado mais impressionante é de «cerca de 67% da população mundial, equivalente aproximadamente a 5,2 biliões de pessoas, vivem em nações onde ocorrem graves violações da liberdade religiosa». Alessandro Monteduro, diretor da Ais Itália salientou que «nove países foram acrescentados pela primeira vez à referida blacklist de 26 países caraterizados por uma verdadeira perseguição: sete estão na África (Burkina Faso, Camarões, Chade, Comores, República Democrática do Congo, Mali e Moçambique) e dois na Ásia (Malásia e Sri Lanka)». A principal causa desta contínua involução é «a progressiva radicalização do continente africano, especialmente nas zonas subsariana e oriental, onde a presença de grupos jihadistas aumentou significativamente».

Este curta-metragem inaugura o sétimo ano do vídeo do Papa, iniciativa global que recolhe as intenções de oração que o Papa Francisco confia a toda a Igreja católica através da sua Rede mundial de oração. Difundido como habitualmente através do site www.thepopevideo.org e traduzido em 23 línguas, o vídeo foi criado e produzido pela Rede mundial de oração do Papa em colaboração com a agência La Machi e o Dicastério para a comunicação.