«Tocou o coração de todos»

14 dezembro 2021

OPapa deixou a Grécia entregando aos jovens católicos do país o importante mandato de sonhar com a fraternidade, de ir em frente, rumo aos outros. Uma tarefa preciosa, que muitos estão prontos a assumir, especialmente face à necessidade de estarem cada vez mais próximos dos “irmãos ortodoxos”. Alexandros Osana é filho de um iraquiano, que fugiu para a Grécia há mais de 30 anos, e a mãe é grega, ambos católicos. Depois de estudar em Milão, regressou a Atenas para colocar as suas competências e conhecimentos ao serviço do seu país. Acredita muito no diálogo e no desenvolvimento das relações com os ortodoxos, especialmente depois da visita de Francisco. «A proximidade e a convivência só podem existir se nos conhecermos bem — explicou — e acredito que o Papa, com as suas palavras, tenha expressado as intenções dos gregos católicos: estar próximos dos nossos irmãos, rezar juntos e sentirmo-nos cristãos, antes ainda que católicos e ortodoxos»

A coragem dos líderes religiosos, «irmãos aos pés da cruz»

Para Alex, é necessário seguir a coragem demonstrada por líderes religiosos como o Papa Francisco, o Arcebispo de Atenas e de toda a Grécia, Ieronymos ii , bem como o Patriarca Bartolomeu i , uma coragem que leva a olhar «a história nos olhos», a compreender que, como disse o Papa, «somos irmãos aos pés da cruz».

Desde que eram crianças, os católicos gregos habituaram-se a ser minoria, o que para Alex significou viver ao lado de pessoas que, sobretudo no passado, não compreendiam o que significava ser católico. «Eles pensavam que era uma religião diferente. Muita gente nos diz: sois católicos, portanto não sois cristãos. Por conseguinte, a primeira coisa a fazer é compreendermo-nos bem, explicar que somos ambos cristãos, um ortodoxo, o outro católico, uma perspetiva diferente da mesma coisa». Alex também acredita que ser minoria proporcionou outra oportunidade: a de ter tido «um catecismo mais forte», precisamente porque somos uma Igreja pequena, e de ter tido a oportunidade de «estudar e compreender o país, a Igreja ortodoxa, a Igreja católica, de poder compreender as suas diferenças, e portanto, de poder levar a mensagem do ecumenismo aos irmãos ortodoxos». Isto nem sempre foi fácil no passado, admitiu Alex, mas agora o Papa trouxe oficialmente esta mensagem.

Migrantes, cada um faça a sua parte

Alex ficou impressionado também com as ações de Francisco, não apenas com as suas palavras, em relação aos refugiados na Grécia. «Vivemos uma rotina diária na qual pessoas em perigo deixam o próprio país em busca de um futuro que possa assegurar as necessidades básicas para viver, como fez o meu pai quando veio para a Grécia». E a importante mensagem de Francisco para toda a Europa, e não apenas para os católicos, é «não esquecer os refugiados, como a União Europeia, e que todos façam a sua parte».

A mensagem do Papa para todos

A visita de Francisco, concluiu Alex, «tocou o coração de muitas pessoas na Grécia», de muitos ortodoxos que «viram esta visita como a de uma pessoa com uma ética muito elevada, com uma mensagem de paz, de ecumenismo, de colaboração e fraternidade. Esta oportunidade, a visita de Francisco, foi uma bênção de Deus».

Francesca Sabatinelli