O Papa inaugurou o processo sinodal convidando a ir ao encontro dos outros para dar vida a um caminho de discernimento espiritual

À escuta das perguntas, preocupações e esperanças de todos os povos e nações

12 outubro 2021

«O Espírito pede-nos para ouvir as perguntas, as ansiedades, as esperanças de cada Igreja, de cada povo e nação... dos desafios e das mudanças... Não insonorizemos o coração, não nos blindemos nas nossas certezas». Esta foi a exortação feita pelo Papa Francisco durante a missa de abertura do processo sinodal, celebrada a 10 de outubro, na basílica do Vaticano.

Na sua homilia, inspirando-se no episódio evangélico do jovem rico, protagonista do Evangelho dominical, o Pontífice salientou que «fazer Sínodo significa caminhar na mesma estrada, caminhar juntos», e que portanto é necessário olhar para «Jesus, que no caminho primeiro encontra o homem rico, depois escuta as suas perguntas e finalmente ajuda-o a discernir o que fazer». É por isso que «encontrar, escutar, discernir» podem ser considerados os «três verbos do Sínodo» com o segundo que serve de “elo” entre os outros dois. No que diz respeito ao discernimento, «o encontro e a escuta recíproca não são um fim em si mesmos, deixando tudo como está. Pelo contrário, quando entramos em diálogo, pomo-nos em questão, colocamo-nos a caminho e, no final, já não somos os mesmos de antes, mudamos».

No dia anterior, o Papa presidiu na Sala nova do Sínodo a um momento de reflexão, durante o qual indicou três palavras-chave — comunhão, participação, missão — e consequentemente também três riscos — formalismo, intelectualismo e imobilismo — desejando «um tempo de graça que, na alegria do Evangelho, permita aproveitar igual número de oportunidades: encaminhar-se não ocasionalmente mas estruturalmente rumo a uma Igreja sinodal, tornar-se Igreja em escuta e ser Igreja da proximidade.

Páginas 6 e 7