Encontros com fiéis marcam fase preparatória na diocese de Viana em Angola

O entusiasmo das comunidades

 O entusiasmo  das comunidades  POR-032
10 agosto 2021

Visitas às paróquias e centros pastorais, para encontrar os responsáveis de grupos, movimentos e associações apostólicas, marcam a fase pré-sinodal já em andamento na diocese de Viana, em Angola, disse em entrevista ao Vatican News o padre Domingos Pestana, coordenador diocesano dos trabalhos sinodais.

Foi já constituída a equipa de presidência do Sínodo e um Secretariado específico, para a animação do Sínodo na diocese de Viana, afirmou em entrevista o missionário dehoniano, padre Domingos Pestana. Objectivo principal, assegura o padre Pestana — é, nesta nossa fase pré-sinodal, passar pelas Comunidades cristãs da Diocese, para dinamizar, informar e formar sobre o caminho sinodal, de modo que «todos os fiéis, a começar pela base, se sintam participantes e integrantes deste grande projecto, que é escutar toda a Igreja, e escutar de modo particular os leigos».

A participação no Sínodo

Nos Sínodos anteriores, observa o missionário, o Sínodo era reflexão dos bispos feita a partir de Roma, e agora os fiéis sentem-se entusiasmados com esta oportunidade de serem escutados, participarem e partilharem do grande desafio que a Igreja propõe, «e com esta comunhão, sentem-se quase como se estivessem integrados ao Papa e a todos os que vão propondo esta reflexão», enfatiza o sacerdote, ressaltando que o objectivo é «preparar primeiro as comunidades e seus responsáveis, para que eles possam dinamizar o Sínodo e, deste modo, alcançar o maior número possível de cristãos e fiéis, até ao último cristão, lá nos lugares mais distantes da Diocese.

Formação das famílias
e da juventude

Dos encontros realizados, começam a emergir temas comuns e preocupações partilhadas, como a formação das famílias e da juventude: «É importante continuar a formar mais, para os desafios que à Igreja se vão apresentando nos nossos dias», observou. E o padre Domingos também falou dos desafios da Igreja na diocese de Viana, na periferia da capital (Luanda): além da pandemia de Covid-19, o grande número de habitantes, a falta de emprego, o paludismo e outras doenças que vão ceifando vidas humanas, os novos pobres vítimas da pandemia, e famílias desintegradas... preocupações a que também a Igreja deve procurar dar resposta.

A fase pré-sinodal irá até inícios ou meados de setembro, diz ainda o padre Pestana, e cada Paróquia está a criar o seu núcleo e secretariado de animação sinodal e, depois, juntamente com os coordenadores paroquiais, se vão identificar os denominadores comuns, a serem apresentados no Sínodo diocesano, nos meados de outubro.

Comissões sinodais
nas Dioceses da ceast

Uma actividade semelhante acontece nas outras dioceses da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (ceast), com a criação de uma Secretaria Geral a nível da conferência, explicou o missionário. Se pode, portanto, dizer que, antes do início do Sínodo, todos os cristãos estarão a rezar pelo êxito do Sínodo, e que em todas as dioceses estão a ser criadas comissões para a mesma finalidade, trabalhando em comunhão.

Escutar as bases, grande novidade do Sínodo

Esta comunhão, concluiu o padre Pestana, será efectiva e real quando todos nos sentirmos participantes, porque todos somos enviados em missão, cada um com o serviço a que é chamado. Mas o facto de escutar as bases, grande novidade deste Sínodo e de escutar o povo dos vários continentes, esta reflexão interna, vai ser uma grande riqueza para a nossa Igreja, para a Igreja do mundo inteiro, e também para as Igrejas particulares, porque aí vamos encontrar caminhos de comunhão e participação.

Sínodo vai transformar
pastores e fiéis

O Sínodo vem, pois, colocar este ideal de que todos somos importantes para a construção de uma Igreja cada vez mais missionária, e sobretudo participativa; o Sínodo vai, portanto, transformar os nossos catequistas, responsáveis de grupos e movimentos e comunidades de fé, mas também vai transformar a nós, pastores, para sabermos ouvir os nossos fiéis, sim, o Sínodo vai ensinar-nos a ter mais tempo para escutar.

Bernardo Suate
Cidade do Vaticano