No Angelus a dor do Papa pela desconcertante descoberta dos restos de 215 crianças
numa ex-escola católica no Canadá

Reconciliação e cura

Vestido vermelho de criança pendurado numa cruz perto da antiga Escola Residencial Indígena em Kamloops, British Columbia, Canadá, depois de terem sido encontrados os restos mortais de 215 crianças, algumas com apenas três anos de idade (Jennifer Gauthier/Reuters)
09 junho 2021

Consternado pela «desconcertante descoberta dos restos de duzentas e quinze crianças, alunas» de uma escola católica no Canadá, o Papa uniu-se aos bispos canadenses e a toda a Igreja do país norte-americano para expressar «proximidade ao povo traumatizado com a notícia chocante». O apelo ressoou no final do Angelus de domingo, 6 de junho, recitado com os fiéis presentes na Praça de São Pedro. Anteriormente, como de costume, o Pontífice dedicou a sua reflexão à solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo.

Acompanho com tristeza as notícias que chegam do Canadá sobre a descoberta desconcertante dos restos mortais de duzentas e quinze crianças, alunos da Kamloops Indian Residential School na província de British Columbia. Uno-me aos Bispos deste país e a toda a Igreja católica no Canadá para expressar a minha proximidade ao povo canadense, que ficou traumatizado com a notícia chocante. A triste descoberta aumenta ainda mais a consciência das dores e dos sofrimentos do passado. As Autoridades políticas e religiosas do Canadá continuem a colaborar com determinação para esclarecer esta triste vicissitude e para se empenhar humildemente num caminho de reconciliação e de cura. Estes momentos difíceis constituem uma forte exortação para que todos se afastem do modelo colonizador e caminhem lado a lado no diálogo, no respeito recíproco e no reconhecimento dos direitos e dos valores culturais de todas as filhas e filhos do Canadá. Confiemos ao Senhor a alma de todas as crianças que morreram nas escolas residenciais do Canadá e oremos pelas famílias e comunidades autóctones do Canadá, acometidas pela dor. Rezemos em silêncio!