Intenção de oração para o mês de maio dedicada às finanças como instrumento para uma economia justa e inclusiva

Ninguém permaneça atrás

Refeitório para pobres no bairro de Puerta de Hierro, província de Buenos Aires, Argentina (Ronaldo Schemidt / Afp)
11 maio 2021

As finanças atualmente estão demasiado afastadas da vida dos povos e são os mais pobres que pagam as consequências da especulação. É também com a oração que o Papa Francisco convida as pessoas a dizerem basta a esta situação insustentável e perigosa, pedindo que as finanças sejam um instrumento ao serviço das pessoas para criar uma economia mais justa e inclusiva, sem deixar ninguém para trás.

A intenção para maio — divulgada a 4 do corrente mês, através da mensagem em vídeo da Rede mundial de oração do Papa — está precisamente centrada no mundo das finanças: «Rezemos para que os responsáveis pelas finanças trabalhem com os governos para regular os mercados financeiros e proteger os cidadãos dos seus perigos».

«Enquanto a economia real, que cria trabalho, está em crise — quantas pessoas estão desempregadas! — os mercados financeiros nunca estiveram tão hipertrofiado como agora», diz o Papa Francisco na mensagem de vídeo, acompanhada de imagens significativas.

«Quão distante está o mundo das grandes finanças da vida da maioria das pessoas», salienta o Pontífice. «As finanças, se não forem reguladas — adverte — tornam-se mera especulação animada por políticas monetárias. Esta situação é insustentável. É perigosa». Mas, exorta, «a fim de evitar que os pobres paguem mais uma vez as consequências, a especulação financeira deve ser regulada de forma rígida. Especulação. Quero enfatizar este termo».

Portanto, reitera Francisco, «as finanças sejam um instrumento de serviço, instrumento para servir as pessoas e para cuidar da casa comum! Ainda estamos a tempo — afirma — para iniciar um processo de mudança global a fim de pôr em prática uma economia diferente, mais justa, inclusiva, sustentável, sem deixar ninguém para trás. Façamos isto! E oremos — conclui — para que os responsáveis pelas finanças trabalhem com os governos, a fim de regulamentar os mercados financeiros e proteger os cidadãos em perigo».

Para o padre Frédéric Fornos, jesuíta diretor internacional da Rede mundial de oração do Papa, «esta intenção deve ser entendida no contexto da crise que estamos a atravessar e que pôs em evidência a grande desigualdade que existe no mundo». Neste momento, acrescentou, «não podemos contentar-nos em regressar a um modelo injusto e insustentável de vida económica e social, no qual uma minoria exígua da população mundial possui metade da sua riqueza».

Difundido como de costume através do site www.thepopevideo.org, o vídeo traduzido em nove línguas foi criado e produzido pela Rede mundial de oração do Papa em colaboração com a agência La Machi e o Dicastério para a comunicação.

Esta edição conta, em particular, com a colaboração do Dicastério para o desenvolvimento humano integral e o apoio da Federcasse, Federação italiana de 250 bancos de crédito cooperativo, com um milhão e 350 mil membros, ativa há mais de um século na promoção da coesão social e do crescimento responsável e sustentável.