No Angelus o Papa falou do Oitavário ecuménico e expressou proximidade à Indonésia

O desejo da unidade

Primeiro concílio de Niceia convocado pelo imperador Constantino em 325 (afresco bizantino na Basílica de São Nicolau de Mira, Turquia)
19 janeiro 2021

«Durante estes dias, oremos concordes para que o desejo de Jesus possa ser realizado: “Que todos sejam um”». Foi o pedido do Papa no Angelus de 17 de janeiro, vigília do início do oitavário ecuménico. Depois de recitar a oração mariana — ainda na Biblioteca particular do Palácio apostólico do Vaticano sem a presença dos fiéis por causa da Covid-19 — o Pontífice lembrou a quantos o seguiam através dos meios de comunicação que «este ano o tema baseia-se na admoestação de Jesus: “Permanecei no meu amor e dareis muito fruto”» e que «no dia 25 de janeiro, concluí-la-emos com a celebração das Vésperas na Basílica de São Paulo Fora dos Muros, juntamente com os representantes das outras comunidades cristãs presentes em Roma» na certeza de que «a unidade é sempre superior ao conflito».

No final do Angelus, o Papa falou também do Dia para o aprofundamento e desenvolvimento do diálogo entre católicos e judeus, que foi celebrado em Itália no domingo 17, e lançou um apelo a favor da Indonésia atingida por um forte terramoto e um desastre aéreo: sobre o diálogo judaico-cristão, «que se prolonga há mais de trinta anos», espera «frutos abundantes de fraternidade e colaboração»; ao povo indonésio manifestou a sua proximidade, assegurando orações «pelos mortos, pelos feridos e por aqueles que perderam a casa e o trabalho» devido ao terramoto na ilha de Sulawesi «e também pelas vítimas do acidente aéreo no sábado».

Anteriormente, Francisco comentou o Evangelho de Domingo sobre o encontro de Jesus com os primeiros discípulos.

Angelus


De 18 a 25 de janeiro

Fruto do amor


A vocação à oração, à reconciliação e à unidade da Igreja e do género humano: foi o que a Comunidade Monástica de Grandchamp, na Suíça, quis exprimir no material para a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos de 2021, preparado sob  indicação da Comissão Internacional formada pela Igreja católica (Pontifício Conselho para a promoção da unidade dos cristãos) e pelo Conselho ecuménico das Igrejas (Comissão Fé e Constituição). O tema escolhido este ano, «Permanecei no meu amor: dareis muito fruto», foi tirado do Evangelho de João (15, 5-9). Um tema — lê-se no subsídio — «que permitiu que as religiosas partilhassem a experiência e a sabedoria da sua vida contemplativa, enxertada no amor do Senhor, e falar do fruto desta oração: uma comunhão mais profunda com os próprios irmãos e irmãs em Cristo, e uma maior solidariedade com toda a criação». Como se sabe, a data tradicional para a celebração da Semana de oração pela unidade dos cristãos, no hemisfério norte, vai de 18 a 25 de janeiro, data proposta em 1908 pelo pastor episcopaliano norte-americano Paul Wattson, fundador da congregação dos Frades Franciscanos de Atonement, porque se situa entre a festa da Cátedra de São Pedro (atualmente a 22 de fevereiro mas outrora também a 18 de janeiro) e a da Conversão de São Paulo (25 de janeiro). No hemisfério sul, onde janeiro  geralmente é período de férias, as Igrejas celebram a Semana de oração noutras datas, por exemplo no tempo de Pentecostes (como sugerido pelo movimento Fé e Constituição em 1926), período igualmente simbólico para a unidade da Igreja. Precisamente devido a esta flexibilidade na data, a Comissão Internacional convida os fiéis cristãos a considerar válido durante todo o ano o material proposto. É sugerido um itinerário de oração para os oito dias que compõem a Semana. Em ordem, as etapas ritmadas pelo Evangelho de João, são as seguintes: Chamados por Deus; Amadurecer interiormente; Formar um só corpo; Rezar juntos; Deixar-se transformar pela palavra; Acolher os outros; Crescer em unidade; Reconciliar-se com toda a criação.