«Durante estes dias, oremos concordes para que o desejo de Jesus possa ser realizado: “Que todos sejam um”». Foi o pedido do Papa no Angelus de 17 de janeiro, vigília do início do oitavário ecuménico. Depois de recitar a oração mariana — ainda na Biblioteca particular do Palácio apostólico do Vaticano sem a presença dos fiéis por causa da Covid-19 — o Pontífice lembrou a quantos o seguiam através dos meios de comunicação que «este ano o tema baseia-se na admoestação de Jesus: “Permanecei no meu amor e dareis muito fruto”» e que «no dia 25 de janeiro, concluí-la-emos com a celebração das Vésperas na Basílica de São Paulo Fora dos Muros, juntamente com os representantes das outras comunidades cristãs presentes em Roma» na certeza de que «a unidade é sempre superior ao conflito».
No final do Angelus, o Papa falou também do Dia para o aprofundamento e desenvolvimento do diálogo entre católicos e judeus, que foi celebrado em Itália no domingo 17, e lançou um apelo a favor da Indonésia atingida por um forte terramoto e um desastre aéreo: sobre o diálogo judaico-cristão, «que se prolonga há mais de trinta anos», espera «frutos abundantes de fraternidade e colaboração»; ao povo indonésio manifestou a sua proximidade, assegurando orações «pelos mortos, pelos feridos e por aqueles que perderam a casa e o trabalho» devido ao terramoto na ilha de Sulawesi «e também pelas vítimas do acidente aéreo no sábado».
Anteriormente, Francisco comentou o Evangelho de Domingo sobre o encontro de Jesus com os primeiros discípulos.
De 18 a 25 de janeiro
Fruto do amor
A vocação à oração, à reconciliação e à unidade da Igreja e do género humano: foi o que a Comunidade Monástica de Grandchamp, na Suíça, quis exprimir no material para a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos de 2021, preparado sob indicação da Comissão Internacional formada pela Igreja católica (Pontifício Conselho para a promoção da unidade dos cristãos) e pelo Conselho ecuménico das Igrejas (Comissão Fé e Constituição). O tema escolhido este ano, «Permanecei no meu amor: dareis muito fruto», foi tirado do Evangelho de João (15, 5-9). Um tema — lê-se no subsídio — «que permitiu que as religiosas partilhassem a experiência e a sabedoria da sua vida contemplativa, enxertada no amor do Senhor, e falar do fruto desta oração: uma comunhão mais profunda com os próprios irmãos e irmãs em Cristo, e uma maior solidariedade com toda a criação». Como se sabe, a data tradicional para a celebração da Semana de oração pela unidade dos cristãos, no hemisfério norte, vai de 18 a 25 de janeiro, data proposta em 1908 pelo pastor episcopaliano norte-americano Paul Wattson, fundador da congregação dos Frades Franciscanos de Atonement, porque se situa entre a festa da Cátedra de São Pedro (atualmente a 22 de fevereiro mas outrora também a 18 de janeiro) e a da Conversão de São Paulo (25 de janeiro). No hemisfério sul, onde janeiro geralmente é período de férias, as Igrejas celebram a Semana de oração noutras datas, por exemplo no tempo de Pentecostes (como sugerido pelo movimento Fé e Constituição em 1926), período igualmente simbólico para a unidade da Igreja. Precisamente devido a esta flexibilidade na data, a Comissão Internacional convida os fiéis cristãos a considerar válido durante todo o ano o material proposto. É sugerido um itinerário de oração para os oito dias que compõem a Semana. Em ordem, as etapas ritmadas pelo Evangelho de João, são as seguintes: Chamados por Deus; Amadurecer interiormente; Formar um só corpo; Rezar juntos; Deixar-se transformar pela palavra; Acolher os outros; Crescer em unidade; Reconciliar-se com toda a criação.