Mensagem em vídeo do Papa aos participantes no encontro de solidariedade com a Síria, o Iraque e os países limítrofes

Tijolos para construir uma sociedade justa e pacífica

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15 dezembro 2020

Não importa se é «pequeno ou grande», mas «cada esforço envidado para favorecer o processo de paz é como acrescentar um tijolo à construção de uma sociedade justa», assegurou o Papa Francisco intervindo com uma mensagem em vídeo no encontro online, organizado na tarde de 10 de dezembro pelo Dicastério para o serviço do desenvolvimento humano integral e por outras instâncias da Santa Sé, para refletir sobre os problemas que afligem a Síria, o Iraque e os países limítrofes.

Prezados amigos!

É com alegria que vos dirijo uma afetuosa saudação, durante este encontro organizado pelo Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral e por outras instâncias da Santa Sé, para debater e refletir sobre os gravíssimos problemas que ainda afligem as amadas populações da Síria, do Iraque e dos países limítrofes.

Cada esforço — pequeno ou grande — envidado para favorecer o processo de paz é como acrescentar um tijolo à construção de uma sociedade justa, que se abra ao acolhimento, e onde todos possam encontrar um lugar para viver em paz. Dirijo o meu pensamento sobretudo às pessoas que tiveram de deixar as suas casas para fugir dos horrores da guerra, em busca de melhores condições de vida para si próprios e para os seus entes queridos. Recordo de modo especial os cristãos forçados a abandonar os lugares onde nasceram e cresceram, onde a sua fé se desenvolveu e enriqueceu. É preciso fazer com que a presença cristã naquelas terras continue a ser o que sempre foi: um sinal de paz, progresso, desenvolvimento e reconciliação entre as pessoas e os povos.

Em segundo lugar, dirijo o meu pensamento aos refugiados que querem regressar ao seu país. Apelo à comunidade internacional a fim de que faça todos os esforços para facilitar este regresso, garantindo a segurança e as condições financeiras necessárias para que isto se verifique. Cada gesto, cada esforço neste sentido é precioso.

Uma reflexão conclusiva sobre a obra das agências católicas comprometidas na assistência humanitária. Dirijo um pensamento de encorajamento a todos vós que, a exemplo do Bom Samaritano, trabalhais incansavelmente para receber, cuidar, e acompanhar os migrantes e as pessoas deslocadas naquelas terras, sem distinção de crença nem de pertença. Como tive a ocasião de dizer muitas vezes, a Igreja não é uma Ong. A nossa ação caritativa deve inspirar-se no Evangelho. Estas ajudas devem constituir um sinal tangível da caridade de uma Igreja local que socorre outra Igreja que sofre, através destes instrumentos maravilhosos que são as agências católicas de assistência humanitária e de desenvolvimento. Uma Igreja que ajuda outra Igreja!

Para concluir, quero que saibais que quando trabalhais naquelas terras, não estais sozinhos! A Igreja inteira faz-se uma só, para ir ao encontro do homem ferido, vítima dos salteadores a caminho de Jerusalém para Jericó. No vosso trabalho, sereis sempre acompanhados pela minha bênção, que hoje de bom grado vos concedo, a fim de que este encontro produza abundantes frutos de prosperidade, desenvolvimento e paz nos vossos países, para uma nova vida. Obrigado!