
A17 de agosto, Leão XIV celebrou a missa do XX Domingo do tempo comum na igreja de Santa Maria della Rotonda para 110 assistidos pela Cáritas diocesana de Albano. No final da manhã, depois de ter recitado o Angelus na Piazza della Libertà, em Castel Gandolfo, partilhou novamente com eles a refeição no Borgo Laudato si’, dentro das Vilas pontifícias da cidade do Lácio, onde se encontra desde o dia 13 de agosto para um segundo período de descanso, depois do de julho.
«É um dia importante — comenta à imprensa vaticana o presidente da Câmara de Albano, Massimiliano Borelli, enquanto espera a chegada do Papa, antes das 9 horas, no início da via della Rotonda, na cidade de Albano Laziale — pelo forte significado de proximidade que o Pontífice quer expressar em relação aos mais frágeis, económica e socialmente».
Um carinho que as pessoas sentem e querem retribuir. O Pontífice — que chegou de carro da Vila Barberini a Castel Gandolfo, onde permaneceu até ao dia 19 — foi acolhido com entusiasmo por centenas de fiéis atrás das barreiras dispostas ao longo das calçadas gritando várias vezes «Viva o Papa!». Ele sorria, apertava mãos, abençoava. Percorreu alguns metros antes de chegar ao santuário de Santa Maria della Rotonda, onde, às 9h30, no XX domingo do tempo comum, presidiu à Eucaristia, animada e participada precisamente pelos assistidos da instituição caritativa diocesana.
No adro da igreja — consagrada no século XI e que guarda um ícone mariano de época anterior trazida por algumas religiosas gregas no período das perseguições iconoclastas — o reitor, Monsenhor Adriano Gibellini, deu as boas-vindas ao Pontífice. Com ele também está o diretor da Cáritas de Albano, Alessio Rossi, que acompanhou o Papa até ao pórtico para lhe mostrar a exposição fotográfica itinerante intitulada «Sinais de esperança»: treze painéis que contam histórias reais, emoções, números, compromisso diário ao lado dos mais necessitados, para fazer compreender que todos podem oferecer ajuda, atenção e amor aos outros. Entre os painéis, há também um dedicado à mensagem de Leão XIV para o Dia mundial dos pobres, que será celebrado a 16 de novembro próximo, com o tema «Vós sois a minha esperança» (Sl 71, 5).
Em seguida, o Pontífice entrou no santuário e, antes de dar início à celebração, recolheu-se por um breve momento em adoração diante do Santíssimo Sacramento. Mais de uma centena de pessoas estavam sentadas nos bancos, enquanto outras acompanhavam a celebração através de um ecrã gigante.
Durante a oração dos fiéis, foram elevadas intenções em particular pelos governantes, para que, livres de «interesses pessoais e partidários», possam favorecer «a promoção do bem de cada pessoa»; e por aqueles que vivem em necessidade, para que o Senhor lhes dê a certeza da Sua presença e aumente em todos «uma solidariedade atenta e generosa».
No ofertório, levaram as oferendas à mesa eucarística alguns hóspedes dos Centros de acolhimento da diocese de Albano, entre os quais uma família originária do Peru — onde o então bispo Prevost foi missionário durante muitos anos — e operadores da Cáritas. No final da celebração, Leão XIV saudou os pobres e os voluntários presentes na missa e agradeceu a todos pelo caloroso acolhimento recebido, que «é sempre um sinal — explica — um gesto que manifesta que há uma comunidade autenticamente cristã. E sinto-me muito bem acolhido... Que Deus abençoe todos vós e vos ajude a crescer sempre na fé e na comunhão».
Em seguida, o Pontífice foi saudado de novo pela multidão ao longo da Via della Rotonda, antes de regressar de carro a Castel Gandolfo, para a recitação do Angelus na Piazza della Libertà, em frente do Palácio Apostólico, onde o aguardavam cerca de 2.500 fiéis.
Em seguida, os convidados para o almoço com o Papa, a bordo de alguns autocarros, começaram a chegar ao pátio do Pavilhão do Descanso, no Bairro Laudato si’ das Vilas pontifícias de Castel Gandolfo. Foi acolhido pelo cardeal scalabriniano Fabio Baggio, diretor-geral do Centro de Alta Formação Laudato si’ e subsecretário do Dicastério para o serviço do desenvolvimento humano integral, com estas palavras de boas-vindas: «Esta, Santo Padre, é a sua casa e nós somos a sua família».
Sob um gazebo em forma de L grande, foi montada uma longa mesa cujos lados convergem para uma mesa redonda. O Pontífice tomou lugar ao lado três assistidos pela Cáritas de Albano, não com as autoridades religiosas e civis. «Nunca me aconteceu uma coisa assim: nós, que normalmente somos marginalizados, hoje almoçamos com o Papa», diz Massimiliano Teriaca, desabrigado de 57 anos, que, muito emocionado, está sentado à direita de Leão XIV. O homem, que dorme na estação ferroviária de Velletri, frequenta há cerca de um ano a sede da Cáritas de Albano, no paço episcopal, onde recebe refeições e assistência médica. «Não é tanto uma organização de caridade, mas uma família, e é isso que me agrada», explica antes de ser interrompido pelo crescente burburinho.
E, de facto, como todos os almoços dominicais que se prezam, também este começa com um breve discurso do «chefe da família». «Estar aqui reunidos — diz Leão XIV — significa viver juntos com Deus, em comunhão e fraternidade. Obrigado e bom apetite!».
Às 15h30, os convidados saíram do portão das Vilas pontifícias que dá para a praça Pia. Entre eles estava também Teriaca, visivelmente feliz. «Foi um dia maravilhoso — conta emocionado — tive a oportunidade de almoçar à mesma mesa com o Papa. Tivemos uma boa conversa. Ele quis saber sobre a minha vida, eu disse-lhe que vivo na rua. Ele perguntou se aqui em Albano há um dormitório: eu disse-lhe que não, mas que a diocese está a tomar medidas para construir um. Senti-me ouvido, tenho a certeza de que ele fará muito por nós, os pobres. É uma pessoa maravilhosa. Parecia que estava em casa, como quando era pequeno».
«Vivemos um dia histórico — diz monsenhor Viva — mas o que aconteceu hoje, ou seja, reunirmo-nos em volta da mesa eucarística, na missa, e depois em volta de uma mesa, para almoçar com os pobres, é o que acontece todos os dias nos nossos Centros de Escuta, na nossa Cáritas diocesana. No entanto, o que acontece todos os dias não tem tanta visibilidade, também porque vivemos numa sociedade que não quer ver os pobres e os marginalizados». «O Papa — continua — deu visibilidade a uma realidade central da Igreja de Albano, ou seja, o serviço aos últimos. E para os pobres, encontrar o Papa foi uma restituição da justiça: o sucessor de Pedro prestou atenção precisamente a eles».