· Cidade do Vaticano ·

A missa do Papa na festa litúrgica da “Morernita”

Uma mensagem de ternura para além das ideologias

 Uma mensagem de ternura para além das ideologias  POR-051
19 dezembro 2024

«A tilma, a rosa, o Índio», ou são Juan Diego: são os três elementos essenciais «do mistério guadalupano. Tudo o que se possa dizer para além disto... é mentira, é querer usá-lo para ideologias». Sublinhou-o o Papa durante a já tradicional missa da festa de Nossa Senhora de Guadalupe, celebrada a 12 de dezembro, na basílica do Vaticano. Publicamos a nossa tradução da homilia improvisada pelo Pontífice em espanhol, após a proclamação, na mesma língua, da passagem do Evangelho de Lucas com o “Magnificat”.

Olhando para a imagem de Maria, Maria de Guadalupe, grávida, que anuncia o nascimento do Salvador, grávida como mãe.

Com que ternura diz ao Índio: «Não temas, não estou porventura eu aqui, que sou tua Mãe?» (Nican Mapohua, 118-119). Revela-se a maternidade de Maria. E sobre este mistério de Guadalupe, que infelizmente tantas ideologias quiseram desviar para obter uma vantagem ideológica, vêm-me à mente três coisas, coisas simples, mas que fazem a mensagem: a tilma (manto), a Mãe e a rosa. Coisas muito simples.

A maternidade de Maria permanece impressa nesta tilma, neste simples manto. A maternidade de Maria manifesta-se com a beleza das rosas que o índio encontra e traz; e a maternidade de Maria faz o milagre de levar a fé aos corações um pouco incrédulos dos prelados.

A tilma, a rosa, o Índio. Tudo o que se pode dizer para além disto do mistério guadalupano é mentira, é querer usá-lo para ideologias. O mistério guadalupano é para venerá-la, e escutar nos nossos ouvidos: “Não temas, não estou porventura eu aqui, que sou tua Mãe?”. E este escutar nos momentos da vida: nos diferentes momentos difíceis da vida, nos momentos felizes da vida, nos momentos quotidianos da vida. “Não temas, não estou porventura eu aqui, que sou tua Mãe?” Esta é toda a mensagem guadalupana. O resto são ideologias.

Partimos com a imagem da Senhora impressa na tilma do Índio, e ouvindo, como numa cantilena, que com voz repetitiva nos diz: “Não temas, não estou porventura eu aqui, que sou tua Mãe?”

Assim seja.