Discernir os sinais dos tempos, inspirando-se com confiança na Palavra de Deus, a fim de poder olhar para o futuro fortalecido com a esperança oferecida pela fé. Foi este o convite do cardeal prefeito do Dicastério para os Institutos de vida consagrada e as Sociedades de vida apostólica, João Braz de Aviz, na missa do Dia pro orantibus, celebrada a 1 de dezembro, primeiro domingo do Advento, na basílica romana de Santa Maria “in Ara Coeli”.
Nestes últimos dias do ano, o purpurado exortou-nos a olhar para «os efeitos das guerras, conflitos, violência, tensões mundiais, fome», para os pobres abandonados a si mesmos, as numerosas pessoas desamparadas e a natureza explorada sem os devidos cuidados. Sentindo, portanto, «o peso e as dificuldades deste tempo», no Advento mais do que nunca, realçou o celebrante na homilia, «a Palavra ilumina-nos a fim de olharmos com confiança para o amor de Deus manifestado no Natal!».
Um acontecimento, o nascimento de Jesus, que «faz parte da nossa história humana» e é capaz de fazer despertar «o enlevo do Deus que está próximo», que não olha para «a fragilidade, os erros e os pecados da mulher e do homem», mas aceita «a abertura do coração». Assim, graças à experiência da fé, acrescentou o cardeal prefeito, «nós cristãos somos homens e mulheres de esperança», onde ela «oferece a possibilidade de entrar também nas árduas provas da vida, procurando os sinais da vontade de Deus», presente também nas situações humanas aparentemente mais complexas e contraditórias.
Embora viver baseado na esperança nem sempre seja fácil, é possível progredir porque, frisou o prefeito, o Senhor infunde as forças necessárias, como acontece com tantos irmãos e irmãs de fé e esperança. Neste sentido, segundo o purpurado, «fazer parte da comunidade é uma grande ajuda», sobretudo se crescermos «no diálogo sincero que cria confiança e abertura de coração».
Portanto, a experiência do Sínodo constitui uma grande «escola para renovar a fraternidade» e «aprofundar as relações na presença de Deus», num momento como o atual, em que as comunidades se tornaram internacionais, interculturais e até intercarismáticas. Deste modo, o crescimento da fraternidade «fortalecerá todo o corpo da Igreja e a luz do Evangelho — concluiu — resplandecerá como testemunho».
Lorena Leonardi