· Cidade do Vaticano ·

Na capela Clementina da basílica de São Pedro e conectados dos cinco continentes

Missionários digitais do mundo rezam pelo Sínodo

 Missionários digitais  do mundo rezam  pelo Sínodo  POR-043
24 outubro 2024

Evangelizar «os espaços em que as pessoas procuram sentido e amor» foi o conceito reiterado várias vezes no momento de oração com os «missionários digitais» conectados de todo o mundo, realizado no domingo, 20 de outubro, na capela Clementina da basílica de São Pedro. Estiveram presentes o bispo Luis Marín de San Martín, subsecretário da Secretaria geral do Sínodo; Paolo Ruffini, prefeito do Dicastério para a comunicação e presidente da Comissão para a informação do Sínodo; e o padre Lucio Adrián Ruiz, secretário do mesmo Dicastério.

Na sua intervenção, o padre Lucio Ruiz marcou encontro para o próximo Jubileu dos missionários e influencers digitais católicos, previsto para 28-29 de julho de 2025. «Que belo dom destes à Igreja! Conseguis vê-lo, senti-lo?”, foi o elogio que o secretário do Dicastério para a comunicação reservou aos missionários digitais, sublinhando como o seu trabalho se insere no «grande fluxo missionário da Igreja. Continuamos a sonhar juntos — acrescentou — e a fazer coisas belas que mostram a alegria de Deus num mundo que precisa de esperança». À sua intervenção seguiu-se um cântico em língua espanhola que introduziu o momento de oração interativa, onde as partes normalmente reservadas à assembleia foram ocasionalmente assumidas pelos jovens conectados online.

Lucio Ruiz leu depois a passagem do Evangelho escolhida pelo Papa Francisco para o Dia mundial das missões «Ide e convidai todos para o banquete», à qual se seguiu a reflexão do prelado Marín de San Martín, que enquadrou a figura de Jesus como «pessoa viva» e não mero «avatar», ou «identidade digital». No sulco do tema do Dmm, o convite do bispo foi para conservar «dois mandamentos», ou seja, «ide, convidai», abandonando «comodidade» e «egoísmo» e testemunhando «a alegria do Senhor Jesus» com «o entusiasmo de quem ama». Uma missão que se deve distanciar da criação de «grupos selecionados» e «elites arrogantes e autossuficientes», capaz, pelo contrário, de sujar as mãos «com o pó da estrada, com a lama da história».

Em seguida, foram apresentados alguns testemunhos de jovens comovidos pelo trabalho dos missionários digitais. Entre estes, dois gémeos libaneses empenhados na partilha online da «beleza do cristianismo» no Médio Oriente. A interatividade foi novamente protagonista do evento, quando vários missionários expressaram as suas intenções de oração a todos os presentes, cada um na própria língua. Foi-lhes depois pedido que escrevessem algumas das palavras que tenham caracterizado o trabalho missionário nas redes sociais e nas novas plataformas. Entre as mais significativas: fraternidade, escuta, felicidade; mas também dor, alegria, sede e necessidade de Deus.

No final Paolo Ruffini tomou a palavra, convidando os presentes a assumir um sentido de responsabilidade perante as chagas que atingem a sociedade atual. «Se o paradigma do nosso tempo, mesmo entre os batizados, parece ser o ódio em vez da misericórdia, a quem devemos prestar contas?», foi uma das muitas questões colocadas pelo prefeito do Dicastério para a comunicação, que olhou para São Paulo como exemplo de um grande comunicador, «capaz de se fazer verdadeiramente tudo para todos», estando entre as pessoas. O apóstolo serviu o Senhor «com toda a humildade e entre lágrimas» e este é, segundo Paolo Ruffini, o caminho a percorrer, escolhendo sempre «a comunhão e não a distinção».

O encontro terminou com um último momento de oração, também esse com o contributo digital dos participantes, e com o convite final do padre Lucio Ruiz: «Ide! Até aos confins do mundo».s

Edoardo Giribaldi