· Cidade do Vaticano ·

Rosário em Santa Maria Maior

Prece à Virgem

 Prece à Virgem   POR-041
10 outubro 2024

«Escutai o nosso clamor! Nestes tempos oprimidos pelas injustiças e devastados pelas guerras, enxugai as lágrimas dos rostos sofredores que choram a morte dos seus entes queridos, despertai-nos do torpor que obscureceu o nosso caminho e desarmai o nosso coração das armas da violência»: eis a invocação feita pelo Papa Francisco na basílica romana de Santa Maria Maior, durante a recitação do terço para invocar a paz, presidida na tarde de domingo, 6 de outubro, véspera do primeiro aniversário do início do conflito no Médio Oriente.

Ó Maria, nossa Mãe, eis-nos aqui de novo na vossa presença. Vós conheceis as dores e os cansaços que nesta hora pesam sobre os nossos corações. Para Vós, erguemos os nossos olhos; sob o vosso olhar encontramos refúgio; e ao vosso coração nos confiamos.

Também para Vós, ó Mãe, a vida reservou provações difíceis e receios humanos, mas fostes corajosa e audaz: tudo confiastes a Deus, respondendo-lhe com amor e oferecendo-vos a Vós mesma sem reservas. Como intrépida Mulher da Caridade, apressastes-vos a socorrer Isabel; com prontidão, acolhestes a necessidade dos esposos nas bodas de Caná; e com fortaleza de espírito, iluminastes no Calvário a noite da dor com a esperança pascal. Por fim, com ternura de Mãe, infundistes coragem aos discípulos atemorizados no Cenáculo e, com eles, acolhestes o dom do Espírito.

E agora vos suplicamos: acolhei o nosso grito! Precisamos do vosso olhar! Do vosso olhar de amor que nos convida a confiar no vosso Filho Jesus. Vós que estais disposta a acolher as nossas mágoas, vinde socorrer-nos nestes tempos subjugados pela injustiça e devastados pelas guerras, enxugai as lágrimas dos rostos sofredores de quem chora a morte dos seus entes queridos, dos próprios filhos, despertai-nos do torpor que obscureceu o nosso caminho e tirai do nosso coração as armas da violência, para que se realize sem demora a profecia de Isaías: «transformarão as suas espadas em relhas de arados, e as suas lanças, em foices. Uma nação não levantará a espada contra outra, e não se adestrarão mais para a guerra» (Is 2, 4).

Ó Mãe, voltai o vosso olhar maternal para a família humana, que perdeu a alegria da paz e o sentido da fraternidade. Ó Mãe, intercedei pelo nosso mundo em perigo, para que preserve a vida e rejeite a guerra, cuide dos que sofrem, dos pobres, dos indefesos, dos doentes e dos aflitos, e proteja a nossa Casa comum.

Ó Mãe, de Vós imploramos a misericórdia de Deus, Vós que sois a Rainha da Paz. Convertei os que alimentam o ódio, silenciai o ruído das armas que geram a morte, extingui a violência que grassa no coração humano e inspirai projetos de paz nas mãos de quem governa as Nações.

Ó Mãe, Rainha do Santo Rosário, desatai os nós do egoísmo e dissipai as nuvens sombrias do mal. Enchei-nos com a vossa ternura, levantai-nos com a vossa mão carinhosa e dai a estes filhos, a vossa carícia de Mãe, que nos faz esperar o advento de uma nova humanidade onde «o deserto se converterá em pomar, e o pomar será como uma floresta. Na terra, agora deserta, habitará o direito, e a justiça no pomar. A paz será obra da justiça» (Is 32, 15-17).

Ó Mãe, Salus Populi Romani, rogai por nós!