· Cidade do Vaticano ·

Durante o briefing foi partilhado um vídeo do padre Gabriel Romanelli

Do Sínodo sessenta e dois mil euros para a paróquia de Gaza

 Do Sínodo sessenta  e dois mil euros para  a paróquia de Gaza  POR-041
10 outubro 2024

Foram recolhidos 62 mil euros com a coleta para as pessoas que sofrem com a guerra em Gaza. Anunciou-o a 8 de outubro, Paolo Ruffini, prefeito do Dicastério para a comunicação e presidente da Comissão para a Informação do Sínodo, no briefing para os jornalistas iniciado às 13h30 na Sala de imprensa da Santa Sé e introduzido pela vice-diretora Cristiane Murray.

Ruffini referiu que foi o cardeal esmoler Konrad Krajewski, prefeito do Dicastério para o serviço da caridade, que deu a notícia do resultado da recolha: em particular, 32 mil euros foram doados pelos participantes no Sínodo e outros 30 mil foram oferecidos pela Esmolaria apostólica.

O total de 62 mil euros, sublinhou o cardeal Krajewski, foi entregue através da nunciatura apostólica a Jerusalém e já está à disposição do pároco da igreja da Sagrada Família de Gaza, padre Gabriel Romanelli. E os participantes no Sínodo — disse Ruffini — acolheram com um aplauso coral o vídeo de agradecimento (que foi mostrado na Sala de imprensa) enviado pelo sacerdote com alguns jovens e paroquianos.

Além disso, relatou Ruffini, o cardeal Grech anunciou à assembleia que, dia 7 de outubro, o Dicastério para os leigos, a família e a vida nomeou os vinte novos membros do Órgão consultivo internacional da juventude (Iyab ), criado após o Sínodo de 2018. O cardeal, em nome de todos os participantes do Sínodo, desejou felicidades aos «jovens que se comprometem ao serviço da Igreja».

Ruffini anunciou também que a parte central da manhã — 350 pessoas estavam presentes na Sala Paulo vi — foi dedicada a eleger 7 dos 14 membros da Comissão para a redação do Documento final. O seu secretário, monsenhor Riccardo Battocchio, recordou antes das votações que a Comissão não redige materialmente o Documento final, mas que supervisiona o projeto de trabalho.

Depois da votação da Comissão, prosseguiu Ruffini, foi a vez dos relatórios por mesas linguísticas, «a novidade desta assembleia». Em particular, «os relatores evidenciaram a importância da iniciação cristã, das relações para chegar a uma Igreja cada vez mais sinodal, da conversão sinodal que é necessária, e da conversão relacional». Depois, foi realçada «a relação entre carismas e ministérios» e falou-se «de como evitar um narcisismo clerical, o papel importante da vida consagrada, do ministério da escuta do discernimento diferenciado dos ministérios, ligando-o às missões e aos contextos culturais e locais».

Sheila Pires, secretária da Comissão para a Informação, relatou depois que «nas 18 intervenções livres sobre o tema da iniciação cristã, após o intervalo, vários oradores exprimiram a necessidade de se centrar nas relações, na conversão relacional, como já tinha sido feito nas intervenções dos relatores das mesas linguísticas». Em particular, acrescentou, «alguns frisaram a necessidade de cuidar das relações feridas pelos escândalos na Igreja, a começar pelos abusos, sublinhando a importância da confiança para reforçar o caminho sinodal».

«Alguns propuseram um aprofundamento do diaconado para renovar a Igreja, enquanto outros insistiram na eclesiologia do povo de Deus e na importância da caridade e da missão», afirmou Sheila Pires. «O amor pelos pobres, sublinhou-se, nasce da Eucaristia: é preciso ser-se caridoso, como ensina o Evangelho, sobretudo com aqueles que são marginalizados, indesejados e que, às vezes, se sentem excluídos até da Igreja».

«No mundo secularizado, o processo de iniciação cristã torna-se cada vez mais fundamental», foi salientado ainda, referiu a secretária da Comissão para a Informação. «Para ser testemunha do Evangelho, é preciso tornar-se profeta, e deve haver um processo de formação na fé já de pequenos, que envolva toda a comunidade». A assembleia, «realçou-se ainda, deve falar sobre a participação das mulheres na direção da Igreja». Além disso, foi abordado «o tema do perdão ligado ao amor de Cristo, e reiterado que não pode haver iniciação cristã sem comunidade». E, «por isso, há quem tenha pedido um maior empenho no acompanhamento dos recém-batizados».

Por fim, concluiu, «foi também apontada uma insuficiente menção, no Instrumentum laboris, de algumas realidades eclesiais, de alguns movimentos, embora a sua importância na vida da Igreja devesse ser valorizada». E, ainda, «foi pedido que nos documentos da Igreja, incluindo os do Sínodo, se utilize uma linguagem compreensível para todos».