Papa Francisco — Em primeiro lugar, quero agradecer a todos vós por este trabalho e pela companhia na viagem, que é muito importante para mim. Depois, gostaria de felicitar a “decana”, porque Valentina Alazraki está a realizar a sua 160ª viagem! Não lhe direi que tem de se reformar, mas que continue assim!
Bem, agora façam as perguntas. Muito obrigado!
Pei Ting Wong [The Streits Time] — Papa Francisco, estou feliz que se encontre bem e que esteja regressando a Roma. Espero que tenha gostado de visitar Singapura e também da comida local. Como a experiência de Singapura é recente, podemos partir daí. Em geral, o que é que mais apreciou em Singapura: a cultura, as pessoas? Ficou surpreendido com o que viu? E o que pode aprender Singapura com os outros três países que visitámos? Refiro-me especificamente à sua mensagem sobre uma remuneração justa para os trabalhadores migrantes com baixos rendimentos: o que inspirou esta mensagem, qual foi a ideia que esteve na sua origem? E a outra pergunta — desculpe, tenho outra —: disse que Singapura tem um papel muito especial para desempenhar em âmbito internacional. O que pode fazer Singapura neste mundo conflituoso e de que maneira pode contribuir o Vaticano, enquanto aliado diplomático? Obrigado.
Obrigado eu. Para começar, não estava esperando encontrar uma Singapura como esta. Dizem que lhe chamam a Nova Iorque do Oriente: um país desenvolvido, limpo, pessoas educadas, uma cidade com grandes arranha-céus e também com uma grande cultura inter-religiosa. O encontro inter-religioso que tive no final foi um exemplo, um exemplo de fraternidade. Depois, falando dos migrantes, vi também os arranha-céus para os trabalhadores. Os arranha-céus de luxo e os outros estão bem feitos e limpos. Gostei muito disso! Não senti que houvesse discriminação, nada disso. Fiquei impressionado com a cultura. Por exemplo, fiquei impressionado com a cultura no encontro com os alunos, no último dia. O papel internacional: escutei que na próxima semana haverá uma “Fórmula 1 ”, penso eu... O papel internacional é o de uma capital que atrai as culturas, o que é importante. Trata-se duma grande capital! Não estava à espera de encontrar algo assim.
Pei Ting Wong — Há uma outra questão: Singapura pode aprender com os três países: Papua-Nova Guiné, Indonésia e Timor-Leste?
Sempre se pode aprender alguma coisa, porque cada pessoa e cada País tem uma riqueza distinta em relação ao outro. Por isso é importante a fraternidade na comunicação. Por exemplo, ao pensar em Timor Leste, uma coisa que eu vi ali foi muitas crianças; em Singapura não vi tantas. Se calhar, é uma coisa a aprender...
Pei Ting Wong — Sim, temos uma taxa de natalidade baixa.
Terão medo? Qual é a vossa taxa de natalidade?
Pei Ting Wong — Que eu saiba, é inferior a 1,2%, inferior à do Japão.
O futuro são as crianças! Pensai nisto. Obrigado. Ah, mais uma coisa: vós, singapurenses, sois muito simpáticos. Vós sorris...
Delfim de Oliveira, gmn tv [Grupo Média Nacional] de Timor-Leste — Santo Padre, muito obrigado por esta oportunidade. A sua mensagem no final da missa em Taci Tolu é o assunto mais discutido agora em Timor. Vossa Santidade utilizou o termo “crocodilos” para chamar a atenção dos timorenses em relação à presença de crocodilos em Timor. O que queria dizer com isso?
Eu utilizei a imagem dos crocodilos que aparecem na praia. Timor Leste tem uma cultura simples, familiar, alegre, tem uma cultura de vida, tem muitas crianças, muitas, e eu, quando falava dos crocodilos, falava das ideias que podem vir de fora para estragar esta harmonia que vós tendes. Digo-vos uma coisa: fiquei apaixonado por Timor-Leste! Outra coisa?
Delfim de Oliveira, gmn tv [Grupo Média Nacional] — O povo timorense, na sua maioria é católico e, neste momento, a presença de seitas é muito forte em Timor. A expressão do Papa: “crocodilos” refere-se também a presença de seitas em Timor?
Talvez. Não me pronuncio sobre isso, não posso, mas pode ser. Todas as religiões devem ser respeitadas, porém há que distinguir entre religião e seita. A religião é universal, qualquer religião; a seita é restritiva, é um pequeno grupo que tem sempre outra intenção. Obrigado e parabéns pelo vosso País.
Francisca Christy Rosana [Tempo Media Group] — Obrigada, Papa Francisco! Eu sou a Francisca, de Tempo Magazine. Espero que tenha tido momentos inesquecíveis na Indonésia, porque as pessoas do País, e não só os católicos, estavam à sua espera há muito tempo. As minhas perguntas são as seguintes: apercebemo-nos de que o País ainda está a lutar pela democracia. Qual é a sua impressão e qual é a sua mensagem para nós? E a última pergunta: a Papua e a Indonésia têm por vezes o mesmo problema que a Papua-Nova Guiné: os investimentos na exploração mineira estão reservados aos oligarcas e, entretanto, os habitantes locais e os nativos não usufruem dos benefícios desta atividade. O que é que pensa e o que se pode fazer? Obrigado, Papa Francisco!
Trata-se de um problema, diria eu, comum às nações em vias de desenvolvimento. Por isso, é importante o que diz a doutrina social da Igreja: que deve haver comunicação entre os diferentes sectores da sociedade. A senhora disse que a Indonésia é um País em vias de desenvolvimento, e talvez uma das coisas que precisa de ser desenvolvida seja precisamente esta: a relação social. Mas fiquei contente com a visita ao seu País. Excelente, muito bonito!
Matteo Bruni — Sua Santidade, a imprensa da Papua-Nova Guiné seguiu a sua viagem com grande interesse, mas infelizmente não foi possível ter um jornalista a bordo deste voo. Por isso, gostaria de aproveitar a oportunidade para lhe perguntar se há alguma coisa que gostaria de nos dizer sobre a Papua-Nova Guiné e em particular sobre Vanimo, um lugar onde, penso, quis ir pessoalmente.
Gostei do País, vi-o em forte desenvolvimento. Depois quis ir a Vanimo para encontrar um grupo de padres e religiosas argentinos que lá trabalham, e encontrei uma organização muito bonita! Em todos os Países a arte está muito desenvolvida: danças, outras expressões poéticas... Mas na Papua-Nova Guiné é impressionante, e em Vanimo o desenvolvimento da arte é incrível. Isso tocou-me muito. Os missionários que visitei estão na floresta, vão para a floresta trabalhar. Gostei de Vanimo, e do País também. Obrigado.
Stefania Falasca [Tianou Zhiku ] — Boa tarde, Santo Padre. Infelizmente não falo chinês! Saímos de Singapura, um País com uma população maioritariamente chinesa, e um modelo de coexistência harmoniosa e pacífica. E, a propósito da paz, gostaria de saber o que pensa, dada a proximidade também com a China continental, dos esforços feitos por esta para conseguir um cessar-fogo nas regiões em conflito, como a Faixa de Gaza. Em julho, foi assinada em Pequim a “Declaração de Pequim” para pôr fim às divisões entre os palestinos. E depois, pergunto se há espaço para uma cooperação entre a China e a Santa Sé, tendo em vista o tema da paz. Uma última coisa: estamos a aproximar-nos da renovação do acordo China-Santa Sé sobre a nomeação dos bispos; até este momento, sente-se ou não satisfeito com os resultados do diálogo?
Vou pegar na última questão: estou contente com o diálogo com a China, o resultado é bom. Mesmo no que diz respeito à nomeação dos bispos, trabalha-se com boa vontade. Tive notícias da Secretaria de Estado sobre como as coisas estão a correr e estou contente. A outra coisa é a China: a China para mim é uma ilusión [um desejo], no sentido de que eu gostaria de a visitar, porque é um grande País. Admiro a China, respeito a China. É um País com uma cultura milenar, com capacidade de diálogo, de compreensão entre si que transcende os diferentes sistemas de governo que teve. Penso que a China é uma promessa e uma esperança para a Igreja. A colaboração pode ser feita e, certamente, em relação aos conflitos. Neste momento, o Cardeal Zuppi está a agir nessa linha e também mantém relações com a China.
Anna Matranga [cbs News] — Boa tarde, Santidade. O Senhor pronunciou-se várias vezes em defesa da dignidade da vida. Em Timor-Leste, um país com uma taxa de natalidade muito elevada, disse que sentiu a vida a pulsar e a explodir por causa de tantas crianças. Em Singapura, falou em defesa dos trabalhadores migrantes. Tendo em conta as próximas eleições nos Estados Unidos, gostaria de lhe perguntar: que conselho pode dar a um eleitor católico que tem de decidir entre um candidato que é a favor da interrupção da gravidez e um outro que gostaria de deportar 11 milhões de migrantes?
Ambos são contra a vida, tanto o que expulsa os migrantes como o que mata os bebés. Ambos são contra a vida. Não há como decidir, não posso dizer. Não sou norte-americano nem vou votar lá, mas sejamos claros: expulsar os migrantes, não lhes dar a possibilidade de trabalhar nem acolhimento é um pecado, é grave. No Antigo Testamento, há um refrão: o órfão, a viúva e o estrangeiro, ou seja, o migrante. São os três que o povo de Israel deve proteger. Quem não protege o migrante, erra. É um pecado, um pecado também contra a vida daquele povo. Celebrei Missa na fronteira, perto da Diocese de El Paso, e havia ali tantos sapatos de migrantes que acabaram mal. Hoje há um fluxo de migrantes na América Central que, muitas vezes, são tratados como escravos, porque se aproveitam desta situação. A migração é um direito, um direito que já existia na Sagrada Escritura, no Antigo Testamento. O estrangeiro, o órfão e a viúva: não se deve esquecer isto. É o que eu penso dos migrantes. Depois, o aborto. A ciência diz que, um mês depois da concepção, existem todos os órgãos de um ser humano. Todos! Fazer um aborto é matar um ser humano. Goste-se ou não da palavra, é matar. Tal e qual. A Igreja não é fechada porque não permite o aborto: a Igreja não permite o aborto porque isso significa matar: é um assassínio. E sobre isto temos que ter ideias claras. Banir os migrantes, não os deixar desenvolver nem ter a sua vida é mau, é uma maldade. Banir um bebé do seio materno é assassinato, porque ali existe vida. E nestas coisas temos de falar claramente. “Mas...”. Nada de “mas”. As duas coisas são claras. O órfão, o estrangeiro e a viúva: não esquecer isto.
Anna Matranga [cbs News] — Podem haver circunstâncias nas quais seja moralmente admissível a um católico votar num candidato que seja favorável à interrupção da vida?
Na moral política, em geral, diz-se que não votar é ruim, não é bom: deve-se votar. E deve-se escolher o mal menor. Quem é o mal menor, aquela Senhora ou aquele Senhor? Não sei, cada um em consciência pense e faça-o.
Mimmo Muolo [Avvenire] — Boa noite, Santidade, e obrigado por esses dias. Em nome dos jornalistas italianos, gostaria de lhe perguntar: há o perigo de o conflito em Gaza se espalhar para a Cisjordânia e houve uma explosão há algumas horas que matou 18 pessoas, incluindo alguns funcionários da onu . Quais são seus sentimentos neste momento? E o que gostaria de dizer às partes em conflito? Existe alguma possibilidade de mediação da Santa Sé para conseguir um cessar-fogo e a tão esperada paz? Obrigado.
A Santa Sé está a trabalhar nesse sentido. Vou dizer-lhe uma coisa: todos os dias ligo para a paróquia de Gaza. Lá, na paróquia e no colégio, há 600 pessoas: cristãos e muçulmanos, mas eles vivem como irmãos. Eles contam-me coisas ruins, coisas difíceis. Não posso determinar se essa guerra é muito sanguinária ou não, mas, por favor, quando se vê os corpos de crianças mortas, quando se vê que, supondo que alguns guerrilheiros estejam ali, se bombardeia uma escola: isso é ruim, isso é ruim! Às vezes, diz-se que é uma guerra defensiva ou não, mas às vezes acho que é uma guerra excessiva, excessiva... E — lamento dizer isso — mas não acho que estão a ser dados passos para fazer a paz. Por exemplo, em Verona, tive uma experiência muito bonita: um judeu, cuja esposa havia morrido num bombardeio, e um de Gaza, cuja filha havia morrido, ambos falaram de paz, se abraçaram e deram um testemunho de fraternidade. Digo: a fraternidade é mais importante do que o assassinato de um irmão. Fraternidade, dar a mão. No final, aquele que vencer a guerra encontrará uma grande derrota. A guerra é sempre uma derrota, sempre, sem exceção. E não podemos esquecer-nos disso. Por esse motivo tudo o que é feito pela paz é importante. E também quero dizer uma coisa — isso é um pouco de intromissão na política, mas quero dizer —: agradeço muito, muito, pelo que o rei da Jordânia está fazendo. Ele é um homem de paz e está tentando fazer a paz, o rei Abdallah é um homem muito bom.
Lisa Weiss [ard] — Santo Padre, obrigado por esses dias. Durante esta viagem, o senhor falou muito abertamente, de maneira muito direta, sobre os problemas de cada país, não apenas sobre as suas belezas. E justamente por isso perguntamo-nos porque não falou sobre o problema da pena de morte que ainda existe em Singapura.
É verdade, sim, isso não me veio em mente. Mas a pena de morte não convém: lentamente temos que tentar eliminá-la, lentamente. Muitos países têm a lei, mas não seguem a sentença. Nos Estados Unidos, a situação é a mesma em alguns estados. Mas a pena de morte tem de ser interrompida. Ela não é a solução, não funciona.
Simon Leplâtre [Le Monde] — Santo Padre, antes de mais nada, muito obrigado por esta viagem fascinante. Em Timor- Leste, o senhor falou sobre as jovens vítimas de abuso sexual. Naturalmente, veio-me à mente o bispo Belo. Na França, temos um caso semelhante, o do Abbé Pierre, fundador da instituição de caridade Emmaus, por muitos anos eleito como a personalidade preferida dos franceses. Em ambos os casos, o carisma dessas duas pessoas tornou muito mais difícil acreditar no que aconteceu. Gostaria de lhe perguntar: o que o Vaticano sabia sobre o Abbé Pierre, e o que poderia dizer a todas as pessoas que acham difícil acreditar que uma pessoa que fez tanto bem também poderia ter cometido crimes? Falando da França, eu gostaria de saber: Vossa Santidade irá a Paris por ocasião da reabertura da Catedral de Notre-Dame? Muito obrigado.
Respondo primeiro à última: não irei a Paris. Agora, a primeira. Você tocou num ponto muito sensível, muito delicado. Pessoas boas, pessoas que fazem o bem — você mencionou o Abbé Pierre — e que depois, com tanto bem que ele fez, se vê que essa pessoa é um grande pecador. E essa é a nossa condição humana. Não devemos dizer “vamos cobrir, vamos cobrir, para que isso não seja visto”. Os pecados públicos são públicos e devem ser condenados. Por exemplo, o Abbé Pierre é um homem que fez muito bem, mas também é um pecador. E devemos falar claramente sobre essas coisas, não escondê-las. Trabalhar contra o abuso é algo que todos nós temos que fazer: mas não apenas contra o abuso sexual, contra todos os tipos de abuso: abuso social, abuso educacional, mudar a mentalidade das pessoas, tirar sua liberdade... O abuso é, na minha opinião, uma coisa demoníaca, porque todos os tipos de abuso destroem a dignidade da pessoa, todos os tipos de abuso tentam destruir o que todos nós somos: a imagem de Deus. Fico contente quando esses casos vêm à tona. E vou-lhes dizer uma coisa, que talvez eu tenha dito em outra ocasião: há cinco anos, tivemos uma reunião com os presidentes das conferências episcopais sobre casos de abusos sexuais e de outros tipos, e tivemos uma estatística muito bem feita, acho que das Nações Unidas. Entre 42% e 46% dos abusos ocorrem na família ou na vizinhança... [interrupção] Para terminar: o abuso sexual de crianças, de menores é um crime, é uma vergonha.
Elisabetta Piqué [La Naciòn] — Em primeiro lugar, obrigado por essa bela viagem aos confins do mundo: foi a mais longa do Pontificado. E por falar em viagens longas, durante toda essa viagem, muitos colegas me perguntaram: “Mas nós vamos à Argentina?”. Vossa Santidade disse muitas vezes que talvez no final do ano... Essa é a primeira pergunta: se vamos à Argentina ou não. E a segunda, sobre a Venezuela: como o Senhor sabe, há uma situação dramática; nos dias em que esteve em viagem, o presidente teoricamente eleito teve que se exilar na Espanha. Que mensagem daria ao povo da Venezuela? Muito obrigado.
Não acompanhei a situação da Venezuela, mas a mensagem que eu daria aos governantes é que dialoguem e façam as pazes. As ditaduras não servem para nada e acabam mal, mais cedo ou mais. Leiam a história da Igreja. Eu diria que o governo e o povo estão fazendo de tudo para encontrar um caminho de paz para a Venezuela. Não posso dar uma opinião política porque não conheço os detalhes. Sei que os bispos falaram e que a mensagem dos bispos deve ser melhor. Além disso, ir à Argentina é algo que ainda não foi decidido. Eu gostaria de ir, é o meu povo, eu gostaria de ir; mas ainda não está decidido, porque há várias coisas a serem resolvidas primeiro. É tudo?
Elisabetta Piqué [La Naciòn] Sobre o grupo espanhol: caso fosse, poderia fazer uma escala nas Canárias?
Você leu a minha mente. Eu penso um pouco sobre isso: ir para as Ilhas Canárias, porque há situações dos migrantes que vêm do mar para lá, e eu gostaria de estar perto dos governantes e do povo das Canárias. É isso.
Bonifasius Josie Susilo Hardianto [Kompas.Id] — Obrigado, Santo Padre. Alguns países estão-se a retirar do compromisso assumido no Acordo de Paris devido às dificuldades económicas, especialmente após a pandemia. Muitos países estão a hesitar em fazer a transição para uma energia limpa e menos baseada em combustíveis fósseis. Qual é a sua opinião sobre isso?
Acho que o problema climático é sério, muito sério. Desde Paris, que foi o ápice, as reuniões sobre o clima estão em declínio. Fala-se, mas não se age. Essa é a minha impressão. Falei sobre isso nos meus dois escritos, Laudato si’ e Laudate Deum.
Matteo Bruni — Nesse meio tempo, agradecemos, Santidade...
Obrigado. Obrigado a vocês. E vamos lá, vamos lá. Espero que eles nos deem de comer agora!...
Não, uma coisa que eu não respondi...
Matteo Bruni — Para completar a resposta a Simon Leplâtre:
O que o Vaticano sabia sobre o Abbé Pierre. Quanto o Vaticano sabia, eu não sei. Não sei porque eu não estava aqui e nunca tive a ideia de pesquisar isso. Mas certamente depois da sua morte, com certeza; antes, eu não sei.
Matteo Bruni — Obrigado novamente, Santidade, por este esclarecimento. Bom fim de viagem.
No voo de Singapura que o trouxe de volta para Roma, a 13 de setembro, o Papa Francisco respondeu às perguntas dos jornalistas acreditados, como faz habitualmente no final das viagens internacionais. Introduzindo a entrevista, o diretor da sala de imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni, agradeceu ao Pontífice por «nos ter feito sentir mais a alegria das pessoas do que o nosso cansaço», durante os dias passados na Ásia e na Oceânia. Em seguida, publicamos na íntegra as palavras do Santo Padre em resposta às interrogações que lhe foram feitas em várias línguas.