Preocupado com «a gravíssima situação humanitária em Gaza», o Papa encorajou «a fazer todos os esforços para que o conflito não se alastre e a percorrer os caminhos da negociação a fim de que esta tragédia acabe depressa». O novo apelo ressoou no final do Angelus de 15 de agosto, solenidade de Nossa Senhora da Assunção.
Queridos irmãos e irmãs, bom dia!
Hoje celebramos a Solenidade da Assunção da Virgem Maria e, no Evangelho da Liturgia, contemplamos a jovem de Nazaré que, logo que recebeu o anúncio do Anjo, pôs-se a caminho para visitar a sua prima.
É bela esta expressão do Evangelho: “pôs-se a caminho” (Lc 1, 39). Significa que Maria não considera um privilégio a notícia que recebeu do Anjo, mas, pelo contrário, sai de casa e põe-se a caminho, com a pressa de quem quer anunciar aos outros aquela alegria e com a ânsia de se pôr ao serviço da prima. Esta primeira viagem, na realidade, é uma metáfora de toda a sua vida, porque a partir daquele momento, Maria estará sempre a caminho: estará sempre a caminho no seguimento de Jesus, como discípula do Reino. E, no fim, a sua peregrinação terrena termina com a Assunção ao Céu onde, com o seu Filho, goza para sempre da alegria da vida eterna.
Irmãos e irmãs, não devemos imaginar Maria «como uma estátua de cera imóvel», mas nela podemos ver uma «irmã... com as sandálias gastas... e com tanto cansaço» ( c. carretto , Beata te che hai creduto, Roma 1983, p. 13), por ter caminhado atrás do Senhor e ao encontro dos irmãos, concluindo a sua viagem na glória do Céu. Deste modo, a Virgem Santíssima é Aquela que nos precede no caminho — Ela precede-nos — recordando a todos que também a nossa vida é um caminho, um caminho contínuo até ao horizonte do encontro definitivo. Peçamos a Nossa Senhora que nos ajude neste caminho rumo ao encontro com o Senhor.
No final da prece mariana o Papa recomendou a Maria Rainha da paz «as ansiedades e os sofrimentos das populações que, em tantas partes do mundo, sofrem por causa de tensões sociais e guerras». Em seguida, manifestou proximidade às dezenas de milhares de pessoas atingidas pelo gravíssimo incêndio que deflagrou no nordeste de Atenas.
Amados irmãos e irmãs!
A Maria Rainha da Paz, que hoje contemplamos na glória do Paraíso, gostaria de confiar mais uma vez as angústias e as dores dos povos que, em muitas partes do mundo, sofrem por causa de tensões sociais e de guerras. Penso em particular na martirizada Ucrânia, no Médio Oriente, na Palestina, em Israel, no Sudão e em Myanmar. Que a nossa Mãe do Céu obtenha para todos consolação e um futuro de serenidade e concórdia!
Continuo a seguir com preocupação a gravíssima situação humanitária em Gaza, e apelo mais uma vez a um cessar-fogo em todas as frentes, à libertação dos reféns e à ajuda à população extenuada. Encorajo todos a envidarem todos os esforços para que o conflito não se agrave e a percorrerem as vias de negociação para que esta tragédia termine rapidamente! Não esqueçamos: a guerra é uma derrota.
O meu pensamento dirige-se agora à Grécia, que nos últimos dias tem combatido um incêndio muito grave, que deflagrou no nordeste de Atenas. Dezenas de milhares de pessoas já foram evacuadas, muitas famílias ficaram desalojadas, milhares de pessoas enfrentam terríveis dificuldades e, para além dos imensos danos materiais, está a criar-se uma catástrofe ambiental. Rezo pelas vítimas e pelos feridos, asseguro a minha proximidade a todos aqueles que são provados por este grave acontecimento, confiando que possam ser apoiados pela solidariedade comum.
E saúdo todos vós, romanos e peregrinos de diversos países, em particular os escuteiros agesci de Cornedo Vicentino e os jovens da Imaculada. Agradeço-vos a vossa presença, desejo-vos uma boa festa de Nossa Senhora da Assunção e, por favor, irmãos e irmãs, não vos esqueçais de rezar por mim. Bom almoço e até à vista!