Na tarde de 11 de junho, o Papa Francisco foi à Pontifícia Universidade Salesiana e, no salão nobre dedicado a São Paulo vi , onde teve lugar o encontro — o terceiro e último com os seus presbíteros — com cerca de 200 sacerdotes da diocese de Roma, do décimo primeiro ao trigésimo nono ano de ordenação. Entre os que não puderam vir, muitos estavam empenhados em compromissos de verão com os jovens nas paróquias.
Após uma breve saudação de D. Di Tolve — Delegado responsável pelo diaconado, o clero e a vida religiosa — e de um momento de oração, teve início o diálogo do Papa com os presbíteros.
Entre os temas abordados destacaram-se questões pastorais ligadas à diocese, o papel e a identidade do presbítero e a beleza de ser sacerdote. Em resposta às perguntas, o Papa citou o modelo do padre Milani, «genial, uma luz para o sacerdote italiano», o risco de cair na mundanidade e a necessidade de ampliar nas paróquias o acolhimento «a todos, a todos!».
Emergiu com força a questão do sofrimento das pessoas, a acompanhar com proximidade, compaixão e ternura, três qualidades de Deus, a viver — disse o Papa — especialmente a favor dos idosos. Neste sentido, falou-se da importância da pastoral hospitalar, das dificuldades da cidade de Roma, da emergência habitacional, convidando à generosidade as congregações religiosas que dispõem de estruturas, da difusão da droga, do drama da solidão, de tantos que sofrem na invisibilidade. «Na vida do sacerdote, o invisível é mais importante do que o visível, porque é mais denso e doloroso», disse o Papa, acrescentando: «O nosso trabalho sacerdotal é ir à procura destas pessoas» porque «a Igreja ou é profética ou é clerical: compete a nós escolher».
O diálogo abordou a situação atual na Europa e no mundo, e o Papa citou com dor as guerras em curso na Terra Santa, na Ucrânia, mas também em Myanmar, no Congo, e os enormes investimentos em armas, contracetivos, despesas veterinárias e cirurgia estética. Neste sentido, exortou a trabalhar no magistério social da Igreja, por um maior compromisso no bem comum, na paz e, em tempos de desinteresse e abstencionismo, na política, «a forma mais elevada de caridade».
O colóquio foi uma oportunidade para recordar e agradecer ao cardeal De Donatis — ex-vigário da diocese de Roma, hoje penitenciário-mor — que o Papa elogiou pela grande «capacidade de compreensão e perdão», qualidades preciosas para o seu novo papel, onde é chamado a ser «expressão do rosto misericordioso do Pai».
Depois, o Papa falou do perigo das ideologias na Igreja e voltou à questão da admissão de pessoas com tendências homossexuais nos seminários, reiterando a necessidade de as acolher e acompanhar na Igreja e a indicação prudencial do Dicastério para o clero relativamente à sua entrada no seminário.
Concluindo, agradeceu aos sacerdotes presentes pelo seu trabalho, exortando-os a prosseguir o esforço, no discernimento comunitário e na escuta de quantos os procuram.