Oleksandr, 23 anos, é um soldado ucraniano que morreu na frente de guerra, em Avdiïvka. Desde há alguns dias, as contas do rosário e o pequeno livro com o Novo Testamento e os Salmos, que o jovem tinha consigo na linha de combate, estão na escrivaninha do Papa e no seu coração. Foram entregues a Francisco na quarta-feira, 13 de março. E imediatamente, durante a audiência geral na Sala Paulo vi , contou a história do jovem soldado que rezava entre tiros e bombas, recordando os numerosos jovens que «morrerão» na guerra.
Para relançar os seus incessantes e vigorosos apelos à paz, o Papa — na audiência geral de quarta-feira passada, 3 de abril — quis rezar precisamente «com» e «por» Oleksandr. «Com» e «por» todos os “Oleksandrs” da história.
Francisco mostrou aquelas duas “recordações”, que para ele se tornaram tão queridas, segurando nas mãos o terço, consumido pelo fluir dos dedos em busca da paz, e o livrinho de bolso amarrotado, carregado com aquelas páginas novas e fortes, escritas — com a vida, não no papel — por Oleksandr com a “tinta” indelével da fé, dos seus medos e esperanças.
«Das profundezas clamo a ti, Senhor; Senhor, ouve a minha voz!». Comovido, o Papa leu, na praça de São Pedro, o mesmo incipit do Salmo 129, que o jovem ucraniano tinha sublinhado na página do seu livrinho com a capa verde militar mimético. Oleksandr «deixou para trás uma vida», disse Francisco. E acrescentou: «Gostaria de permanecer um pouco em silêncio, pensando neste jovem e em muitos outros como ele, que morreram nesta loucura da guerra. A guerra destrói sempre! Pensemos neles e rezemos».