· Cidade do Vaticano ·

Intenção de oração para o mês de março

Pelos novos mártires testemunhas de Cristo

 Pelos novos mártires testemunhas de Cristo  POR-010
07 março 2024

«Pelos novos mártires testemunhas de Cristo». Eis a intenção proposta por Francisco para o mês de março e divulgada pela Rede mundial de oração do Papa com o vídeo publicado no site www.thepopevideo.org e através da app Click To Pray.

A curta-metragem começa com o triste badalar de um sino que, quase por milagre, se mantém num campanário quase completamente destruído. Em baixo, uma igreja profanada, talvez atingida pelas bombas, onde uma estátua da Pietà permanece à meia-luz. Maria segurando o seu Filho deposto da cruz exprime melhor a tragédia que se viveu. Quando a cena termina, o Papa Francisco refere-se a algo que realmente aconteceu, que lhe foi contado por um muçulmano que conheceu na ilha grega de Lesbos. «Este mês, explica o Pontífice, gostaria de vos contar uma história que é um reflexo da Igreja de hoje. É a história de um testemunho de fé pouco conhecida. Enquanto visitava um campo de refugiados em Lesbos, um homem disse-me: “Padre, sou muçulmano. A minha esposa era cristã. Os terroristas vieram ao nosso país, olharam para nós e perguntaram-nos qual era a nossa religião. Viram a minha esposa com o crucifixo e disseram-lhe que o atirasse para o chão. Ela não o fez e eles cortaram-lhe a garganta à minha frente”. Foi exatamente o que aconteceu».

O Papa frisou que o homem «não guardava rancor». Ao contrário, concentrou-se «no exemplo de amor da sua esposa, um amor por Cristo que a levou a aceitar e a ser fiel até à morte».

A história é repetida no vídeo, onde se torna evidente aos olhos do espetador através da cena de alguns terroristas com o rosto coberto que ameaçam uma mulher, obrigam-na a negar a fé e, enquanto ela protege o crucifixo ao pescoço, é dado a entender que a vão matar. A memória do sangue dos cristãos derramado pela fé em Cristo em muitas partes do mundo percorre todo o filme. Com efeito, também passam imagens de comunidades cristãs em perigo e exemplos de coragem: como o do primeiro servo de Deus do Paquistão, Akash Bashir, que morreu com 20 anos em 2015 para impedir um ataque terrorista a uma igreja cheia de fiéis em Lahore.

O Papa Francisco salienta que «sempre haverá mártires entre nós. É um sinal de que estamos no caminho certo». E acrescenta: «Uma pessoa experiente disse-me que há mais mártires hoje do que no início do cristianismo. A coragem dos mártires, o testemunho dos mártires, é uma bênção para todos».

Precisamente por esta razão, o vídeo deste mês foi realizado com o apoio da fundação pontifícia Ajuda à Igreja que sofre (Ais), cuja missão é ajudar os fiéis onde quer que sejam perseguidos, oprimidos ou em dificuldade, através da informação, da oração e da ação. A fundação calcula que, em todo o mundo, há mais de 307 milhões de cristãos que vivem em países de perseguição. A este respeito, Regina Lynch, presidente executiva, sublinha que «a liberdade religiosa, reconhecida na Declaração universal dos direitos do homem, é um direito inalienável e nenhum cristão deve perder a vida por a exercer. É essencial garantir o direito de praticar a fé como parte da dignidade de todos os seres humanos». Por isso, afirma que a intenção de Francisco neste mês é «muito importante para encorajar a oração pelas vítimas de perseguição, bem como para apoiar aqueles que sofrem discriminação por causa da fé».

O vídeo termina com imagens de túmulos de cristãos, igrejas semidestruídas, mas também com comunidades que rezam e assistem à missa, um sinal de fé e confiança em Deus apesar da perseguição. Por isso, o Papa convida a rezar para que «aqueles que arriscam a vida pelo Evangelho em várias partes do mundo contagiem a Igreja com a sua coragem e o seu impulso missionário. Abertos à graça do martírio».

Comentando o tema escolhido pelo Pontífice, o jesuíta Frédéric Fornos, diretor internacional da Rede mundial de oração do Papa, realça que «somos chamados a testemunhar Cristo com toda a nossa vida. Um mártir é uma testemunha de Cristo cuja própria existência é um testemunho vivo, ou seja, encarna o Evangelho com o risco da vida, sem recorrer à violência».

Traduzido em 23 línguas e com cobertura da imprensa em 114 países, o vídeo foi criado e produzido pela Rede mundial de oração, em colaboração com a agência La Machi e o Dicastério para a comunicação.