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Cuidado e acompanhamento dos doentes terminais

 Cuidado e acompanhamento dos doentes terminais  POR-006
08 fevereiro 2024

«Pelos doentes terminais»: eis a intenção proposta por Francisco para o mês de fevereiro e divulgada pela Rede mundial de oração do Papa, com o vídeo publicado na tarde de 30 de janeiro, no site www.thepopevideo.org e através da app Click To Pray.

O Pontífice propõe a sua intenção para este mês em que, no domingo 11, memória litúrgica da Bem-Aventurada Virgem Maria de Lourdes, se celebra o Dia mundial do doente, instituído por João Paulo ii em 1992.

O vídeo começa com uma série de imagens que exprimem vários aspetos da realidade em que se encontram milhares de pessoas que vivem a fase terminal da vida. Um casal está sentado na praia, fita o mar e abraça-se com ternura. A mulher visivelmente sem cabelos, talvez devido à quimioterapia a que se submeteu. Uma enfermeira empurra a cadeira de rodas de um paciente, um idoso num leito de hospital é apoiado por um jovem.

O Papa Francisco recorda que «há duas palavras que alguns confundem quando falam de doenças terminais: incurável e intratável. E não são a mesma coisa». Na verdade, até quando «as possibilidades de recuperação são mínimas, todos os doentes têm direito ao acompanhamento médico, psicológico, espiritual e humano».

O breve filme prossegue com imagens de sofrimento quotidiano e de cuidados prestados à cabeceira de doentes terminais, com uma enfermeira que cuida de um idoso e outra que acompanha até ao jardim uma velhinha numa cadeira de rodas. Vê-se também um homem ao lado do seu pai, com uma Bíblia nos joelhos e um rosário nas mãos.

O Pontífice recorda que os doentes terminais «às vezes não conseguem falar e por vezes pensamos que não nos reconhecem, mas quando lhes damos a mão, compreendemos que estão em sintonia». Embora «nem sempre se obtenha a cura, contudo podemos sempre tratar o doente, acariciá-lo». O Papa recorda as palavras de São João Paulo ii : «Curar, se possível; cuidar, sempre». Atravessam o filme histórias de sofrimento, resignação e dor para as famílias, e a resposta a cada situação é diferente. No vídeo vemos pessoas que rezam à cabeceira de um ente querido, outras simplesmente que lhe fazem companhia, outras ainda que lhe seguram a mão. Trata-se de “fracassos”, se o único resultado aceitável for a cura; por outro lado, são sucessos, se o objetivo for o cuidado.

Depois, um médico explica à família o caminho difícil que deve percorrer com o seu ente querido. Não se trata de prolongar inutilmente o sofrimento: pelo contrário, o Papa insiste sobre a importância dos cuidados paliativos e o papel da família, que — como se afirma na carta Samaritanus bonus (2020), da então Congregação para a doutrina da fé — «está ao lado do doente e dá testemunho do seu valor único e irrepetível».

E é aqui que, como observa Francisco, «entram em ação os cuidados paliativos, que garantem ao doente não só a assistência médica, mas também um acompanhamento humano e próximo». Em seguida, o Pontífice realça que «as famílias não podem ser deixadas sozinhas nestes momentos difíceis. O seu papel é decisivo». Mas, salienta, «devem dispor de meios adequados para oferecer ajuda física, espiritual e social». E convida a rezar para que «os doentes na fase terminal da vida e as suas famílias recebam sempre os cuidados e o acompanhamento necessários, tanto do ponto de vista médico como humano».

Comentando o tema escolhido por Francisco, o jesuíta Frédéric Fornos, diretor internacional da Rede mundial de oração do Papa, observa: «Por que rezar por esta intenção? Não seria suficiente que o Papa fizesse uma declaração sobre este tema? Rezar muda realmente algo? São perguntas que talvez também nós façamos». Fornos acrescenta: «Quando a doença bate à porta da nossa vida, sentimos sempre a necessidade de estar próximos de alguém que nos fite nos olhos, nos dê a mão, nos mostre ternura e cuide de nós, como o bom Samaritano da parábola evangélica». Sim, esta «proximidade e afeto pelas pessoas em fase terminal poderiam parecer acessórios e secundários em relação à assistência médica, tal como a oração; no entanto, esta ajuda é essencial».

Traduzido em 23 línguas, com cobertura da imprensa em 114 países, o vídeo foi criado e produzido pela Rede mundial de oração, em colaboração com a agência La Machi e o Dicastério para a comunicação.