«Iniciamos hoje o Ano da oração, ou seja, um ano dedicado à redescoberta do grande valor e da necessidade absoluta da oração na vida pessoal, na vida da Igreja e no mundo», em preparação para o Jubileu de 2025, anunciou o Papa no Angelus de domingo, 21 de janeiro, na praça de São Pedro. Ao meio-dia, da janela do Palácio apostólico do Vaticano, antes de recitar a prece mariana com os 20.000 fiéis presentes e com quantos o acompanhavam através dos meios de comunicação, o Pontífice comentou o Evangelho dominical, centrado na vocação dos primeiros discípulos de Jesus.
Queridos irmãos e irmãs bom dia!
O Evangelho de hoje narra a vocação dos primeiros discípulos (cf. Mc 1, 14-20). Chamar outros para a sua missão é uma das primeiras coisas que Jesus faz no início da vida pública: aproxima-se de alguns jovens pescadores e convida-os a segui-lo para «se tornarem pescadores de homens» (v. 17). E isto diz-nos algo importante: o Senhor gosta de nos envolver na sua obra de salvação, quer-nos ativos com Ele, quer-nos responsáveis e protagonistas. Um cristão que não é ativo, que não é responsável na obra do anúncio do Senhor e que não é protagonista da sua fé, não é cristão ou, como dizia a minha avó, é um cristão “de água de rosas”.
Por si só, Deus não precisaria de nós, mas precisa, não obstante isso implique assumir muitos dos nossos limites: somos todos limitados, pecadores, e Ele assume-os. Vejamos, por exemplo, quanta paciência Ele teve com os discípulos: muitas vezes não entendiam as suas palavras (cf. Lc 9, 51-56), outras vezes não estavam de acordo entre eles (cf. Mc 10, 41), durante muito tempo não podiam aceitar aspetos essenciais da sua pregação, por exemplo o serviço (cf. Lc 22, 27). No entanto, Jesus escolheu-os e continuou a acreditar neles. Isto é importante, o Senhor escolheu-nos para ser cristãos. E nós somos pecadores, fazemos uma atrás da outra, mas o Senhor continua a acreditar em nós. Isto é maravilhoso!
Com efeito, levar a salvação de Deus a todos foi a maior felicidade de Jesus, a sua missão, o sentido da sua existência (cf. Jo 6, 38) ou, como Ele diz, o seu alimento (cf. Jo 4, 34). E em cada palavra e ação com que nos unimos a Ele, na bela aventura de dar amor, multiplicam-se a luz e a alegria (cf. Is 9, 2): não só à nossa volta, mas também em nós. Portanto, anunciar o Evangelho não é tempo perdido: é ser mais feliz, ajudando os outros a ser felizes; é libertar-se de si, para ajudar os outros a ser livres; é tornar-nos melhores para ajudar os outros a ser melhores!
Então perguntemo-nos: paro de vez em quando para recordar a alegria que cresceu em mim e à minha volta, quando aceitei o chamamento para conhecer e testemunhar Jesus? E quando rezo, agradeço ao Senhor por me ter chamado a fazer os outros felizes? Por fim, desejo, através do meu testemunho e da minha alegria, fazer com que alguém experimente como é belo amar Jesus?
Que a Virgem Maria nos ajude a saborear a alegria do Evangelho!
Depois do Angelus, o Papa anunciou o Ano da oração, convidando a invocar o Senhor especialmente pela unidade dos cristãos e pela paz na Ucrânia, em Israel e na Palestina. Depois, recordou o rapto ocorrido no Haiti de um grupo de pessoas, entre as quais seis religiosas, e saudou os grupos presentes.
Amados irmãos e irmãs!
Os próximos meses levar-nos-ão à abertura da Porta Santa, com a qual iniciaremos o Jubileu. Peço-vos que intensifiqueis a vossa oração, a fim de nos prepararmos para viver bem este acontecimento de graça e experimentar nele a força da esperança de Deus. Por isso, hoje iniciamos o Ano da oração, um ano dedicado a redescobrir o grande valor e a necessidade absoluta da oração na vida pessoal, na vida da Igreja e no mundo. Seremos ajudados também pelos subsídios que o Dicastério para a evangelização colocará à disposição.
Nestes dias rezemos sobretudo pela unidade dos cristãos e não nos cansemos de invocar o Senhor pela paz na Ucrânia, em Israel, na Palestina e em tantas outras partes do mundo: são sempre os mais frágeis que sofrem a sua falta. Penso nos mais pequeninos, nas muitas crianças feridas e mortas, nas que são privadas de afeto, de sonhos e de um futuro. Sintamos a responsabilidade de rezar e de construir a paz para elas!
Recebi com tristeza a notícia do rapto, no Haiti, de um grupo de pessoas, entre as quais seis religiosas: pedindo de coração a sua libertação, rezo pela harmonia social no país e convido todos a pôr fim à violência, que causa tanto sofrimento àquela querida população.
Saúdo todos vós que viestes de Roma, de Itália e de tantas partes do mundo: em particular, os peregrinos da Polónia, da Albânia, da Colômbia, os estudantes do Instituto Pedro Mercedes de Cuenca (Espanha), os universitários americanos que estudam em Florença, o grupo de Quinceañeras do Panamá, os sacerdotes e os migrantes do Equador, aos quais asseguro a oração pela paz no seu país. Saúdo os fiéis de Massafra e de Perugia; a União Católica Italiana de Professores, Dirigentes e Formadores; e o grupo de escuteiros Agesci de Palmi.
Desejo a todos bom domingo. Por favor, não vos esqueçais de rezar por mim. Bom almoço e até à vista!