· Cidade do Vaticano ·

Apresentado o Ano da oração

No horizonte espiritual do evento jubilar

 No horizonte espiritual do evento jubilar  POR-004
25 janeiro 2024

No Angelus de domingo 21 de janeiro, o Papa Francisco inaugurou oficialmente o Ano da oração: um tempo de preparação para o Jubileu de 2025, durante o qual «deverá emergir mais claramente o horizonte espiritual do evento jubilar, que vai muito além de qualquer forma necessária e urgente de organização estrutural», ressaltou o arcebispo Rino Fisichella, pró-prefeito do Dicastério para a evangelização — Secção para as questões fundamentais da evangelização no mundo, encontrando-se com os jornalistas na manhã de 23 de janeiro na Sala de Imprensa da Santa Sé.

Apresentando as iniciativas organizadas pelo Dicastério para este ano especial, o prelado realçou que, para ser «um acontecimento espiritualmente enriquecedor» para «a vida da Igreja e de todo o povo de Deus, tornando-se um sinal concreto de esperança», o Jubileu deve «ser preparado e vivido com aquele espírito de expetativa típico da esperança cristã». Neste sentido, o Ano da oração corresponde «plenamente a esta exigência». Não se trata, explicou, de um evento com iniciativas particulares, mas ao contrário «de um momento privilegiado para redescobrir o valor da oração, a necessidade da oração diária na vida cristã», prestando atenção ao «modo de rezar e, sobretudo, de educar para rezar hoje, na época da cultura digital, para que a oração possa ser eficaz e fecunda».

Não se pode esconder, observou Fisichella, que estes anos «manifestam uma profunda exigência de espiritualidade». A este propósito, o prelado observou que nenhuma estatística conseguiria «responder com números e percentagens corretas a este momento tão íntimo» das pessoas que vivem «a pluriformidade da oração como um momento totalmente pessoal». De resto, existem tantas formas de rezar, que ninguém pode descrevê-las completamente: com efeito, a oração não pode ser limitada num esquema pré-estabelecido, porque é a relação pessoal do crente com o próprio Deus, no seio daquela relação íntima e exclusiva que distingue a fé. Portanto, o Ano da oração insere-se «neste contexto para favorecer a relação com o Senhor e oferecer momentos de verdadeiro repouso espiritual». Um oásis «ao abrigo do stress quotidiano», onde a oração «se torna alimento para a vida cristã de fé, esperança e caridade».

O Dicastério preparou uma série de instrumentos e subsídios que acompanharão os próximos meses e que «podem constituir uma “sinfonia” da oração da qual a comunidade cristã e os crentes individualmente possam servir-se», acrescentou o arcebispo, especificando que não será um Ano destinado «a impedir as iniciativas de cada Igreja local», mas ao contrário «um período em que cada iniciativa programada será apoiada de modo eficaz, precisamente porque tem como fundamento a oração». Portanto, não haverá «iniciativas particulares, mas sobretudo propostas para que a oração da Igreja revigore e anime novamente a vida de cada batizado».

Depois, o prelado ilustrou alguns instrumentos que podem acompanhar a meditação e a leitura. Em primeiro lugar, as 38 catequeses apresentadas pelo Papa Francisco de 6 de maio de 2020 a 16 de junho de 2021: reflexões que «têm em consideração vários momentos da oração e podem ser relidas adquirindo sugestões úteis e preciosas», especificou. Outra iniciativa é uma série de oito pequenos volumes intitulados Appunti sulla preghiera (“Anotações sobre a oração”). A este propósito, monsenhor Graham Bell, subsecretário, encarregado da secretaria do Dicastério para a evangelização — Secção para as questões fundamentais da evangelização no mundo, explicou detalhadamente a iniciativa. A partir de hoje, a Libreria editrice vaticana publica uma série de pequenos textos que aprofundam as «dimensões do ato cristão de rezar». São assinados por autores e autoras de fama internacional». A coletânea, editada pelo próprio Dicastério, é colocada à disposição das várias Conferências episcopais como subsídio útil para aprofundar mais a compreensão da oração.

O primeiro livro Pregare oggi. Una sfida da vincere (“Rezar hoje. Um desafio a vencer”, de que falamos nesta página), explicou Bell, destaca figuras que testemunharam a fecundidade da oração, como Teresa de Lisieux, Francisco de Assis e Teresa de Calcutá. Os outros textos da série são: Pregare con i Salmi (“Rezar com os Salmos”), de Gianfranco Ravasi, e La preghiera di Gesù (“A oração de Jesus”), de Juan López Vergara (que será publicado em fevereiro), Pregare con santi e peccatori (“Rezar com santos e pecadores”), do dominicano Paul Murray, Le parabole della preghiera (“As parábolas da oração”), de Antonio Pitta, e La Chiesa in preghiera (“A Igreja em oração”), editado por monges cartuxos (março); La preghiera di Maria e dei santi (“A oração de Maria e dos santos”), de Catherine Aubin, e La preghiera che Gesù ci ha insegnato: «Padre nostro» (“A Oração que Jesus nos ensinou: Pai-Nosso”), de Ugo Vanni (abril).

Depois, o arcebispo Fisichella recordou que serão oferecidos também subsídios que repropõem as várias expressões da oração em comunidade, em família, para os sacerdotes, as claustrais, os santuários e os jovens; concluindo, anunciou que o próprio Papa instituirá uma “escola de oração” feita de momentos de encontro com diferentes categorias de pessoas «para rezar juntos e compreender algumas formas de oração: ação de graças, intercessão; contemplativa, de consolação; de adoração, de súplica».