«É importante recordar o dia do Batismo e saber a data, porque se trata de um novo aniversário, uma vez que com o Batismo nascemos para a vida da graça», realçou o Papa no Angelus de domingo, 7 de janeiro, recitado da janela do Palácio apostólico com os cerca de doze mil peregrinos presentes na praça de São Pedro e com os fiéis que o acompanhavam através dos meios de comunicação social.
Estimados irmãos e irmãs, bom dia!
Hoje celebramos o Batismo do Senhor (cf. Mc 1, 7-11). Ele tem lugar no rio Jordão, onde João — por isso chamado “Batista” — realiza um rito de purificação, que exprime o compromisso de abandonar o pecado e de se converter. O povo vai para ser batizado com humildade, com sinceridade e, como reza a Liturgia, “com a alma e os pés descalços”, e Jesus também vai para lá, inaugurando o seu ministério: mostra assim que quer estar ao lado dos pecadores, que veio para eles, para todos nós que somos pecadores!
E nesse mesmo dia acontecem coisas extraordinárias. João Batista diz algo de insólito, reconhecendo publicamente em Jesus, aparentemente igual a todos os outros, um «maior» (v. 7) do que ele, que vai «batizar no Espírito Santo» (v. 8). Então os céus abrem-se, o Espírito Santo desce sobre Jesus em forma de pomba (cf. v. 10) e, do alto, a voz do Pai proclama: «Tu és o meu Filho muito amado: em ti pus toda a minha complacência» (v. 11).
Tudo isto, se por um lado nos revela que Jesus é o Filho de Deus, por outro lado fala-nos do nosso Batismo, que nos tornou por nossa vez filhos de Deus, porque o Batismo nos torna filhos de Deus.
O Batismo é Deus que entra em nós, purifica, cura o nosso coração, faz de nós seus filhos para sempre, seu povo, sua família, herdeiros do Paraíso (cf. Catecismo da Igreja Católica, 1279). E Deus torna-se íntimo de nós e nunca nos abandona. Por isso é importante recordar o dia do Batismo e também saber a data. Pergunto a todos vós — cada um pense nisto — “Lembro-me da data do meu Batismo”? Se não vos lembrais, quando voltardes para casa, perguntai para que nunca mais a esqueçais, pois é um novo aniversário, porque com o vosso Batismo nascestes para a vida da graça. Agradecei ao Senhor pelo Batismo. E também demos graças pelos pais que nos levaram à pia batismal, por aqueles que nos administraram o Sacramento, pelo padrinho, pela madrinha, pela comunidade em que o recebemos. Celebrar o Batismo: é um novo aniversário!
E podemos perguntar-nos: tenho consciência do imenso dom que trago dentro de mim através do Batismo? Reconheço, na minha vida, a luz da presença de Deus, que me vê como seu filho amado, como sua filha amada? E agora, em memória do nosso Batismo, acolhamos a presença de Deus em nós. Podemos fazê-lo com o sinal da cruz, que traça em nós a memória da graça de Deus, que nos ama e deseja estar connosco. O sinal da cruz recorda-nos isto. Façamo-lo juntos: em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.
E não esqueçamos a data do Batismo, que é um aniversário. Maria, templo do Espírito, nos ajude a celebrar e a acolher as maravilhas que o Senhor realiza em nós.
Depois do Angelus, o Papa recordou os recém-nascidos batizados poucas horas antes na Capela Sistina e formulou os bons votos às comunidades eclesiais do Oriente que seguem o calendário juliano, no dia em que celebram o santo Natal. Em seguida, lançou um apelo a favor da libertação das pessoas raptadas na Colômbia e assegurou a sua proximidade às populações da República Democrática do Congo vítimas de inundações, renovando também o convite a rezar pela paz na Ucrânia, na Palestina, em Israel e no resto do mundo
Queridos irmãos e irmãs!
Hoje, festa do Batismo do Senhor, batizei alguns recém-nascidos. Rezemos por eles e pelas suas famílias. Incluo nesta oração todas as crianças que receberem o Santo Batismo nestes dias.
Hoje as comunidades eclesiais do Oriente, que seguem o calendário juliano, celebram o Santo Natal. Em espírito de alegre fraternidade, desejo que o nascimento do Senhor Jesus as encha de luz, de caridade e de paz.
Convido-vos a unir-vos à minha oração pela libertação incondicional de todas as pessoas atualmente raptadas na Colômbia. Este gesto, que é um dever diante de Deus, favorecerá também um clima de reconciliação e de paz no país.
Estou muito próximo do povo da República Democrática do Congo, atingidas pelas inundações dos últimos dias. E, por favor, continuai a rezar pela paz; pela paz na Ucrânia, na Palestina, em Israel e no mundo inteiro.
E saúdo todos vós, peregrinos de Itália e de muitas partes do mundo, especialmente os jovens da paróquia do Santíssimo Crucifixo de Roma, o grupo de escuteiros Milão 35 e a associação “Totus tuus”, de Potenza.
Desejo a todos boa festa. E, por favor, não vos esqueçais de rezar por mim. Bom almoço e até à vista!