· Cidade do Vaticano ·

Solenidade da Imaculada Conceição

Pelas mães que choram os filhos mortos devido à guerra e ao terrorismo e pelas mulheres vítimas de violência

 Pelas mães que choram os  filhos mortos devido à guerra  e ao terrorismo e pelas mulheres vítimas ...
14 dezembro 2023

Oração de Francisco aos pés da coluna mariana na praça de Espanha


Publicamos o texto da oração pronunciada na tarde de sexta-feira 8 de dezembro, pelo Papa Francisco diante da coluna da Imaculada Conceição na praça de Espanha.

Virgem Imaculada!

Vimos a ti com o coração dividido
entre a esperança e a angústia.

Precisamos de ti, Mãe nossa!
Mas, antes de mais, queremos agradecer-te
porque em silêncio, como é teu estilo,
velas sobre esta cidade que hoje te envolve de flores
para te manifestar o seu amor.

Em silêncio, dia e noite, velas sobre nós:
sobre as famílias, com as suas alegrias e preocupações — tu bem sabes —; sobre os lugares de estudo e de trabalho; sobre as instituições e as repartições públicas;
sobre os hospitais e lares de idosos; sobre as prisões;
sobre os que vivem na rua; sobre as paróquias
e todas as comunidades da Igreja de Roma.

Obrigado pela tua presença discreta e constante,
que nos dá conforto e esperança.

Sabes, precisamos de ti, Mãe, porque tu és a Imaculada Conceição.

A tua pessoa, o próprio facto de que existes lembra-nos
que o mal não tem a primeira nem a última palavra;
que o nosso destino não é a morte, mas a vida,
não é o ódio, mas a fraternidade, não é o conflito,
mas a harmonia, não é a guerra, mas a paz.

Olhando para ti, sentimo-nos confirmados nesta fé
que os acontecimentos por vezes põem à prova.

E tu, Mãe, volta os teus olhos de misericórdia
para todos os povos oprimidos pela injustiça
e pela pobreza, provados pela guerra:
Mãe, olha para o povo atormentado da Ucrânia,
para o povo palestiniano e para o povo israelita,
mergulhados de novo na espiral da violência.

Hoje, Mãe santa, trazemos aqui, sob o teu olhar
tantas mães que, como aconteceu a ti, estão de luto.

As mães que choram os seus filhos mortos pela guerra
e pelo terrorismo.

As mães que os veem partir para viagens
de desesperada esperança.

E também as mães que procuram libertá-los dos laços
da toxicodependência, e aquelas que os acompanham
numa longa e dura doença.

Hoje, Maria, precisamos de ti como mulher,
para te confiar todas as mulheres que sofreram violência
e aquelas que ainda são vítimas dela,
nesta cidade, em Itália e em todas as partes do mundo.
Tu as conheces uma a uma, conheces os seus rostos.

Enxuga, te suplicamos, as suas lágrimas
e as dos seus entes queridos. E ajuda-nos a fazer
um caminho de educação e de purificação, reconhecendo e combatendo a violência que se esconde
nos nossos corações e nas nossas mentes e pedindo
a Deus que nos livre dela.

Mostra-nos de novo, ó Mãe, o caminho da conversão,
porque não há paz sem perdão e não há perdão
sem arrependimento.

O mundo muda se os corações mudarem;
e cada um deve dizer: a começar pelo meu.
Mas só Deus pode mudar o coração humano
com a sua graça: a graça em que tu, Maria, estás imersa desde o primeiro momento.

A graça de Jesus Cristo, nosso Senhor,
a quem geraste na carne, que morreu e ressuscitou
por nós, e que sempre nos indicas.

Ele é a salvação, para cada homem e para o mundo.

Vem, Senhor Jesus!

Venha a nós o teu reino de amor, de justiça e de paz!
Amém.