· Cidade do Vaticano ·

Correntes de liberdade

 Correntes de liberdade  POR-046
16 novembro 2023

«No momento em que eu estava prestes a ser libertado, disse a um dos meus carcereiros: “Que um dia Deus nos faça compreender que somos todos irmãos”». Foi com estas expressões que o padre Pier Luigi Maccalli, missionário da Sociedade das missões africanas, presente na audiência geral de 15 de novembro, descreveu os últimos momentos do seu rapto, ocorrido em 2018, pelas mãos de um grupo de fundamentalistas islâmicos no Níger.

Ao Papa Francisco, «trouxe a minha história — narrada no livro Catene di libertà (“Correntes de liberdade”) — sobre a experiência que vivi durante dois anos, mantido em cativeiro no deserto do Sahel, no Mali», afirmou o missionário.

«Agora sou livre para libertar o perdão e cortar pela raiz todo o início de violência», escreveu. «Não se trata de um “diário de prisão”, mas de uma história de perdão, de sofrimento interior, de grande silêncio, de purificação, de regresso às origens, ao essencial e, ao mesmo tempo, de caminho. Sim, um processo em que as correntes do ódio acabam por ser quebradas».

O padre Maccalli falou a respeito da sua experiência de se sentir «missionário livre, não obstante as cadeias, em plena sintonia com o Papa Francisco, segundo o estilo das periferias». E ao Pontífice o sacerdote quis apresentar, além disso, alguns dos seus pensamentos, escritos nos últimos tempos, precisamente «a propósito da importância da fraternidade entre os homens, sobre a paz que deve ser perseguida de todas as maneiras, deixando de alimentar o ódio nestes tempos de guerra».