Juntos pela paz e a concórdia ao serviço do homem

«Os acontecimentos atuais demonstram que a religião continua a exercer uma influência importante na vida de hoje»: e para que ela se desenvolva «de modo construtivo, é essencial que todos nos tornemos ainda mais abertos às pessoas com outras mentalidades, incluindo quantas se opõem à própria religião», frisou Dambajav Choijiljav, Sua Eminência Khamba Lama, abade-chefe do mosteiro Zuun Khuree Dashichoiling, no primeiro discurso dos onze líderes religiosos, representantes das religiões presentes no país. Depois, foi a vez de Jargalsaikhan, presidente da União dos xamãs da Mongólia, que salientou que o culto do Céu é uma expressão «da união umbilical entre a natureza da terra e do universo, desenvolvida e transmitida desde a criação do homem». Também nas páginas da história, que remontam ao século xv , é possível constatar relações inter-religiosas, observou ainda o líder muçulmano. Com efeito, o profeta Maomé enviou «pacificamente uma missiva aos chefes de Estado e aos líderes de todas as religiões, apresentando-se e convidando-os à religião». Sucessivamente, o líder da Aliança evangélica mongol salientou que a ética cristã evangélica considera a autoridade da Bíblia como fonte última de moralidade. Dá «forte ênfase à importância da relação pessoal com Jesus Cristo e à necessidade de salvação através da fé».

O reitor da única igreja ortodoxa da Mongólia, dedicada à Santíssima Trindade, fez uma breve resenha da história da ortodoxia no país, descrevendo o seu estado atual. Depois, Adiyakhuu Oktyabri, da Igreja adventista do sétimo dia, afirmou que cada casa deveria ser um pequeno paraíso na terra. «Para que o nosso lar seja assim, acrescentou, a Igreja adventista do sétimo dia dá ênfase a quatro aspetos da vida humana: o desenvolvimento físico, mental, social e espiritual». O líder da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos últimos dias observou que Jesus «é a força unificadora que nos fortalece e nos une. Ensinou-nos a amar-nos uns aos outros, a procurar a compreensão e a compaixão, e a lutar pela harmonia na nossa diversidade».

O representante do Hinduísmo, por sua vez, realçou que um líder espiritual deveria «ser alguém que tenha conhecido a realidade absoluta e desenvolvido uma ligação divina com Deus». Yair Jacob Porat, líder do judaísmo, recordou que só faltam duas semanas para o ano novo judaico, “Rosh Hashanah”, que se celebra a 15 de setembro, de acordo com o calendário lunar. Na tradição judaica, “Rosh Hashanah” não é «observado só como ano novo para o povo judeu, mas tem também um significado mais amplo, como dia de juízo e renovação para o mundo inteiro».

Banzrag, diretor executivo do Centro xintoísta oomoto, explicou que a organização é pioneira no diálogo inter-religioso. Concluindo, o representante da comunidade Bahá’í referiu que o objetivo da religião é ajudar a «estabelecer a unidade humana e a construir uma civilização divina».